RAP himself –
refinado provocador...
“Como calculam, é para mim uma honra prefaciar este livro. O
autor é uma pessoa que prezo muito e esta é, sem dúvida, uma obra maior da
literatura portuguesa. Não posso deixar de dar os parabéns à VISÃO por ter tido
a lucidez de contratar um cronista desta envergadura. Claro, Lobo Antunes e
Mega Ferreira escrevem benzinho, e José Gil e Eduardo Lourenço produzem um ou
outro raciocínio interessante. Mas qual deles alguma vez abordou temas como a
problemática dos coletes de segurança, as idiossincrasias dos empregados de café,
ou a carreira de José Cid?
Ao contrário, Ricardo Araújo Pereira tocou todos os pontos
fulcrais da sociedade portuguesa. Ricardo Araújo Pereira sabe, em cada assunto,
qual é a questão essencial. Nunca nos diz qual é, mas vê-se que sabe. Ricardo
Araújo Pereira não tem papas na língua. Ricardo Araújo Pereira é, digamos, o
maior – passe o eufemismo.
Durante o ano que passou, Ricardo Araújo Pereira irritou –
ou, pelo menos, esforçou-se por irritar – muita gente. Convido o leitor a
descobrir se é uma das pessoas que este interessantíssimo cronista tentou
aborrecer (se o leitor for o Vasco Pulido Valente, digo-lhe já que sim. Confirme-o,
lendo este magnífico livro de Ricardo Araújo Pereira”...
Transcrito por Amândio G. Martins
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