Quando o PS, numa iniciativa meritória, resolveu
apresentar um estudo macroeconómico e sugerir algumas medidas, esperei que
finalmente os grandes problemas do País pudessem ser debatidos seriamente e
apresentadas soluções alternativas, permitindo assim aos cidadãos reflectir e votar
em consciência. Como diz o povo, esperei sentado, e nada se passou. Os partidos
que têm sido alternativa de governo nos últimos 41 anos, PS, PSD e CDS,
entretiveram-se com uma série interminável de "fait-divers", mas
nunca por nunca algum dirigente ou candidato a deputado se "atreveu"
a colocar o debate nestas simples, mas relevantes, 2 questões: o que fazer
para conseguir diminuir o insustentável rácio da dívida face ao PIB, e após 41
anos de défice orçamental, o que se poderá fazer e quando, para termos um
excedente de receitas sobre as despesas?
Estas é que seriam as questões de verdadeiro
interesse nacional e não as intermináveis querelas sobre factos menores,
alimentados pelos mídia para venderem jornais e seguidos e amplificados pelas
direcções partidárias. Tudo o que os partidos têm discutido e analisado na
praça pública é lixo, não acrescenta nenhum valor para os cidadãos. Por isso
não será de estranhar que as abstenções aumentem, até um ponto em que nos
comecemos a interrogar sobre a efectiva legitimidade dos eleitos para a
Assembleia da República, e para o Governo que esta elege. Uma última observação
para o interminável debate sobre e entre os protocandidatos e candidatos a
candidatos à Presidência da República. Chega a ser obsceno e estúpido o
interminável tempo de conversas, análises e intrigas com um cargo, que não
deixando de ser simbolicamente importante, nada pode fazer para resolver os
problemas do País, que esses competem constitucionalmente ao governo. E cada
dia, cada hora, que estupidamente se discute a PR, antes do tempo, é um dia,
uma hora perdida no debate das questões que verdadeiramente interessariam aos
portugueses.
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