segunda-feira, 7 de setembro de 2015

ELEIÇÕES E DEBATE

Quando o PS, numa iniciativa meritória, resolveu apresentar um estudo macroeconómico e sugerir algumas medidas, esperei que finalmente os grandes problemas do País pudessem ser debatidos seriamente e apresentadas soluções alternativas, permitindo assim aos cidadãos reflectir e votar em consciência. Como diz o povo, esperei sentado, e nada se passou. Os partidos que têm sido alternativa de governo nos últimos 41 anos, PS, PSD e CDS, entretiveram-se com uma série interminável de "fait-divers", mas nunca por nunca algum dirigente ou candidato a deputado se "atreveu" a colocar o debate nestas simples, mas relevantes, 2 questões: o que fazer para conseguir diminuir o insustentável rácio da dívida face ao PIB, e após 41 anos de défice orçamental, o que se poderá fazer e quando, para termos um excedente de receitas sobre as despesas?

Estas é que seriam as questões de verdadeiro interesse nacional e não as intermináveis querelas sobre factos menores, alimentados pelos mídia para venderem jornais e seguidos e amplificados pelas direcções partidárias. Tudo o que os partidos têm discutido e analisado na praça pública é lixo, não acrescenta nenhum valor para os cidadãos. Por isso não será de estranhar que as abstenções aumentem, até um ponto em que nos comecemos a interrogar sobre a efectiva legitimidade dos eleitos para a Assembleia da República, e para o Governo que esta elege. Uma última observação para o interminável debate sobre e entre os protocandidatos e candidatos a candidatos à Presidência da República. Chega a ser obsceno e estúpido o interminável tempo de conversas, análises e intrigas com um cargo, que não deixando de ser simbolicamente importante, nada pode fazer para resolver os problemas do País, que esses competem constitucionalmente ao governo. E cada dia, cada hora, que estupidamente se discute a PR, antes do tempo, é um dia, uma hora perdida no debate das questões que verdadeiramente interessariam aos portugueses.

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