sexta-feira, 4 de setembro de 2015

“Guerra santa”


Na história nenhum facto relevante acontece por acaso.
Há e haverá sempre a mão dos dirigentes a manipular conforme o objectivo a que se propõem.
Vem isto a propósito da grande expansão de chineses no mundo e da forma silenciosa como se instalaram nos mais diversos países.
Vem também a propósito desta onda de refugiados que estão a invadir, numa primeira fase, a europa e mais tarde outros continentes. Até aqui tudo parece normal. Mas se analisarmos um pouco utilizando a teoria da conspiração, podemos quem sabe, tirar algumas conclusões preocupantes: os chineses, espalhados por todos os cantos do mundo, controlam o comércio mundial; adaptaram-se aos novos países de forma pacífica, muito embora fechados na sua própria cultura.
Os novos migrantes, os que todos os dias são notícia, fogem de países islâmicos, onde dizem não ter condições de viver em segurança, mas trazem com eles todos os hábitos de vida, culturais e religiosos, dispostos a não abdicar de nada por forma a moldarem-se à cultura das sociedades que eventualmente os vão acolher.
E com a bênção dos países de acolhimento talvez daqui a alguns anos consigam, o que até agora não foi conseguido com todos os atentados terroristas, que é impor o seu fanatismo religioso ao resto do mundo, a chamada “guerra santa”. Será?
E vem à minha memória o 11 setembro...


8 comentários:

  1. Análise perfeita e sem ferir susceptibilidades. Ninguém tenha dúvidas que será isso mesmo que se está a preparar com consequências terríveis. Nas minhas meditações com Ele, peço-lhe para estar errado. Os meus parabéns D. Fátima

    ResponderEliminar
  2. Nas minhas meditações também acredito no aperfeiçoamento do homem como ser Divino que é. Mas parece que demora tanto...

    ResponderEliminar
  3. A análise da Fátima Rodrigues é a mais racional e correcta que eu até agora li aqui no Voz da Girafa a propósito da questão dos refugiados. Abordei precisamente a mesma questão, nos mesmos moldes neste artigo publicado recentemente no meu blog pessoal, mas também no Voz da Girafa:

    http://historiamaximus.blogspot.pt/2015/08/os-migrantes-democracia-e-crise.html


    ResponderEliminar
  4. Cara Fátima Rodrigues,
    Tenho a maior das compreensões relativamente aos factos que a levaram a escrever este texto. Esses factos são, de facto, aterradores e, sobretudo, geradores de medos que, historicamente, dão origem a que se insinuem teorias populistas que, muitas vezes, descambam em coisas muito piores.Urge, pois, fazer algumas considerações que ajudem a refrear a disseminação de ideias apressadas, incorrectas e perigosas.
    Começo por destrinçar os fenómenos que refere consoante as origens: a China e os países islâmicos.
    Os chineses que pululam por todo o mundo, é verdade, não são, na sua esmagadora maioria, refugiados de guerra. Poderão ter a estratégica mãozinha do governo chinês por detrás, não duvido disso, mas encaro o fenómeno, para já, de forma mais ligeira. Dá-me grandes preocupações suspeitar de alguns objectivos mais ligados ao domínio comercial e financeiro das estruturas capitalistas mundiais e, pior ainda, preocupam-me sobremaneira as exibições de poderio militar e respectivos instrumentos, como os mísseis que ainda esta semana mostraram ostensivamente ao mundo, mísseis esses que produzem ao preço da chuva. Quanto aos hábitos culturais, não vejo que os chineses residentes em Portugal, com visto gold ou de latão, estejam por aí a influenciar o nosso modus vivendi, com perturbações de ordem pública ou violações de consciências. Pelo menos, para já. Se me ponho a pensar nos perigos potenciais do que quer que seja, olhe, o melhor é não sair à rua, com chineses ou sem eles.
    Passemos aos refugiados da actualidade. A não ser que estejamos a ser invadidos por uma horda de refugiados fingidores (acha?), que podemos censurar-lhes? Aspirarem a uma vida em paz? Nós não a queremos também?
    Se, a prazo, eles vierem dar razão aos medos de subversão da nossa cultura e das nossas idiossincrasias de ocidentais “civilizados”, a culpa será apenas nossa. O multiculturalismo não pode ser uma “balda”. Quando franceses, ingleses, alemães e outros, sequiosos de mão de obra estrangeira, abriram portas a africanos e asiáticos, sem esquecer os portugueses, espanhóis e italianos, não se ralaram se eles se fechavam nos seus guetos voluntários, aí vivendo de acordo com as suas próprias leis, ignorando e violando, às vezes ostensivamente, as regras locais. Em plena Europa, praticou-se a multigamia, usaram-se véus integrais e fizeram-se muitas mais coisas ao arrepio da legislação que a todos nos obriga, na completa e irresponsável indiferença das autoridades que só pensavam nos interesses imediatos, satisfeitos pela mão de obra que tinham captado. Por tudo isto, parece-me que o momento actual é uma oportunidade para resolver muitos dos problemas da Europa, a começar pelo seu envelhecimento. As leis, sejam de acolhimento de refugiados, sejam de imigração económica, existem. As leis comportamentais também existem. Apliquem-nas com seriedade e rigor e a Europa poderá ter a ganhar muito com estes fluxos que, quanto mais não seja pelas razões que a eles conduziram, são profundamente indesejados. Não falando da satisfação moral e humana que sempre dá quando socorremos alguém em dificuldades. Até o insuspeito Donald Tusk lembrou que quem invoca o Cristianismo, como o infeliz primeiro-ministro húngaro, deve saber que a palavra acarreta a “disponibilidade para mostrar solidariedade”.
    Não é o momento de expiar culpas ancestrais, mas imaginemos o que africanos, asiáticos e americanos disseram de nós, europeus, quando decidimos andar por esse mundo a difundir, às vezes a ferro e fogo, a fé cristã. É o momento de, pela autoridade da Razão, a Europa provar com firmeza que, de facto, é a campeã dos direitos humanos.
    E, creia-me, as guerras nunca são “santas”. Sejam muçulmanos ou “cruzados” a fazê-las.

    ResponderEliminar
  5. Respostas
    1. Tantas palavras, fiquei baralhada.

      Sobre os chineses se reparou falei em serenidade e adaptação, embora preocupada a longo prazo. Não os vejo a impor a sua cultura, trouxeram hábitos de trabalho que obrigaram muitos de cá a dar corda aos sapatos. Observa-se uma certa atitude de superioridade, mas também se calhar é normal...

      Quanto aos refugiados é diferente: a Europa vai-lhes oferecer o quê? os empregos que escasseiam? os apoios económicos que nega aos seus membros?

      Quando os portugueses e outros povos emigraram, especialmente para Franca, havia grande oferta de emprego para reconstruir a Europa devastada pela guerra; agora é precisamente o contrário: a alguns países até dava jeito que alguns cidadãos fossem "dar uma volta", veja-se Portugal por exemplo!

      E depois e mais importante, com esta atitude não se está a resolver o problema, mas apenas as consequências do problema. Na minha opinião o problema resolve-se pela via diplomática junto dos países causadores deste dilúvio, ou pela via económica antes de outras atitudes mais drásticas.

      Fique bem.

      Eliminar
  6. Gostei da sua resposta e agradeço-lha com amizade.
    Acuso o toque da sua primeira linha e peço-lhe desculpa pela verborreia que não consegui estancar, esperando contudo que não tenha sido estéril. Mas o assunto é muito sério, de grande profundidade e o meu espírito de síntese é curto.
    Reparei, certamente, na distinção que fez, no seu texto, entre chineses e islâmicos, atribuindo-lhes características diferentes. Sem afastar as suas preocupações, também as deixei expressas.
    Onde eu discordo é na parte económica da questão.
    As actuais teorias politicamente correctas levam a conclusões do tipo “não há trabalho, não há emprego”. Nem todos pensamos assim. Um impulso gerador de rendimento na economia gera novos rendimentos. Bem sei que necessitaremos de alterar os paradigmas sociais, tarefa dificílima, mas não impossível, como se pode ver na análise histórica da humanidade que está repleta dessas mudanças. Também o vigente se há-de alterar mas, enquanto os dirigentes tiverem como único interesse acumular recursos financeiros que, fatalmente, vão parar sempre aos mesmos bolsos, não sairemos disto. Imagine o que, no interior do nosso país desertificado, significa investir na criação/recuperação de condições dignas de vida, e o desenvolvimento que isso acarreta nas economias locais. Recursos? Certamente não tantos como os que temos aplicado no BPP, BPN, BES/Novo Banco.
    Tem toda a razão quando diz que só estamos a resolver (estaremos?) as consequências do problema. De facto, não se estão a atacar as raízes. Os esforços diplomáticos e económicos devem ser feitos, como diz, mas também outros de carácter militar. Porque não? Consegue-se apanhar cirurgicamente um homem no Paquistão (Bin Laden) e não se conseguem ver “exércitos islâmicos”?
    O que não gostaria de ver singrar são as teorias da conspiração que refere, estas sim, orientadas para o ódio racial, para o ódio ao diferente. Também sou dos que partilham a ideia de que todo o mundo é de todos os homens (saudação a Luís Robalo).
    E lá me estiquei outra vez na prosa. Do facto, peço-lhe sinceras desculpas e espero que aceite o abraço amigo que lhe envio.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Diz muito bem, senhor José Rodrigues. E o prof. Ricardo Reis escreve hoje, no caderno "Dinheiro Vivo" dos jornais DN e JN,que não se põe a questão de os refugiados gerarem problemas económicos nos países de acolhimento.

      Eliminar

Caro(a) leitor(a), o seu comentário é sempre muito bem-vindo, desde que o faça sem recorrer a insultos e/ou a ameaças. Não diga aos outros o que não gostaria que lhe dissessem. Faça comentários construtivos e merecedores de publicação. E não se esconda atrás do anonimato. Obrigado.

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.