Perante o drama dos refugiados o Senhor Cavaco fez um apelo
à Europa para lutar pela dignidade humana . Um apelo que se justifica dados os
dramas diários por que passam milhares de seres humanos que aspiram por uma
vida digna . Não se esperaria outra coisa do Presidente. Mas não deixou de
referir também que o êxodo não se deve explicar apenas das guerras na Siria,
outras causas que contribuíram para este estado de coisas. Não se referiu mas
presume-se que estava a pensar … Por exemplo as intervenções dos Estados
Unidos, no tempo de Bush, no Iraque, Afeganistão, apoiadas pela Europa, NATO, e
os aliados , Reino Unido, do senhor Blair, até o apoio claro de Portugal ,
senhor Barroso, a Espanha, do senhor Aznar…Essas intervenções destabilizaram
esses países cujos regimes foram desmantelados deram lugar a formação de grupos
extremistas violentos que têm espalhado o terror por todo o mundo. Tambem o
Ocidente inclusive os Estados Unidos , contribuíram de alguma forma para a
falência dos regimes, Libia, Tunisia, Egipto , dai as consequências que agora
estão a sofrer os povos dessas regiões. Como não bastasse a desgraça que se
abateu sobre a Europa, os Estados Unidos não se pronunciaram ainda perante este drama nem consta que tivessem
dispostos a receber refugiados contrariamente alguns países da América Latina
que já se pronunciaram, dispostos a receber mais refugiados, Brasil, Venezuela,
Chile, e outros , como a Austrália , que querem também lutar pela dignidade
deles . Ao apelo do Presidente faltou o apelo aos Estados Unidos para que venha
em auxilio dos aliados a lutarem pelos direitos humanos de milhares de seres
humanos que têm sido sistematicamente violados. A forma de resolver este grave
problema não poderá deixar de passar pela realização de uma conferencia internacional
com a presença das principais potencias mundiais e da Rússia , o Irão, países
que por razões de interesses estratégicos dão apoio ao presidente da Siria. Sem
esta conferencia a situação tende a agravar-se, se forem por diante os
bombardeamentos anunciados pela França e Reino Unido, com o cortejo de
desgraças mais mortos, e destruição de bens.
Francisco Pina
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