terça-feira, 1 de setembro de 2015

UM SENHOR

FREDERICO MARTINS MENDES

Não tenho competência para avaliar este Senhor como jornalista, nem é este o propósito do meu escrito. Outras pessoas para isso capacitadas já o fizeram.
Desde que, em 1971, por razões de ordem profissional fui transferido de Lisboa para o Norte, de onde sou nativo, de resto, que passei a ser leitor assíduo do Jornal de Notícias e a participar no espaço que este jornal dedica à escrita dos leitores.
E vi desfilar, ao longo destes anos, além dos profissionais da casa, pessoas de grande craveira intectual de várias áreas do saber, de quem não só lia os excelentes artigos como recortava e arquivava muitos deles.
A certa altura, há-de haver uns vinte anos, passou a colaborar no jornal um senhor, já falecido, cuja escrita me “dessincronizava” o fígado, parafraseando o grande actor António Silva.
“Saturado” com aquilo e cheio de “razão”, vai de escrever uma “Carta ao Director” a desancar o homem, dizendo que a escrita daquele senhor dava má imagem ao jornal!
E foi com enorme surpresa que, uns dias depois, recebi uma amável carta do eng. Frederico Martins Mendes a explicar-me que não ficaria bem, sendo a pessoa em causa um convidado do JN, publicarem o meu texto…
Quantos directores de jornais se dariam ao trabalho de fazer o que este Senhor fez? Nem seria viável, claro, com a facilidade que há hoje de enviar para as redacções todo o tipo de sandices… Até um dia destes, Senhor!


                                               Amândio G. Martins

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