Estamos numa época decisiva, no que a campanha eleitoral diz respeito e ninguém poderá ficar indiferente á mais esclarecedora e desafiante campanha de que há memória no Portugal democrático.
Por esta altura, seria de esperar que a comunicação social, continuasse como até há poucos dias, concentrada na agenda dos principais candidatos ao cargo de primeiro ministro, esmiuçando as suas propostas bem como obter as reações em relação ao pensamento verborreante dos seus adversários.
Porém, nesta ultima semana, a campanha eleitoral, foi renegada para segundo plano em virtude de um acontecimento que parou o País: escuso me a dizer qual é, porque todos saberão.
A comunicação social, entrou então numa espécie de vazio informativo, que culminou no mais puro infantilismo jornalístico de que há memória.
As ideias e propostas para o País, de repente deram lugar ao sensacionalismo, ao ultraje, ao mais pueril dos deontológicos códigos comunicativos, tornando estéril tudo o que se passava no resto da sociedade.
A venda de jornais em papel, tem caído abruptamente mas isso não justifica que o meio digital - cada vez com mais adeptos- fique inundado de textos de segunda categoria, sem o mínimo de tratamento informativo.
O que não fica no papel, passa para o digital: está visto. A indignação generalizada e em contraposição, os diversos fóruns e edições especiais, que se seguiram ao acontecimento que marcou a semana, apagaram quase por completo o que se estava a discutir em termos de reformas estruturastes para Portugal. Foi quase como se a campanha já tivesse acabado e agora poderíamos dar azo a uma nova e reformulada silly season.
Mas a procissão ainda vai no adro, e temos muito para discutir; ainda vai desaguar muito rio de ideias na nascente eleitoral e a comunicação social, tem de regressar rapidamente ao conteúdo informativo e deixar escapar o vazio, que por estes dias tomou conta de um estado adormecido.
A apatia parece ser algo generalizada, mas até dia 04 de outubro, temos todos de estar focados no mais decisivo ato eleitoral de sempre, até agora. É o futuro do País que está em causa e já bastou Portugal ter caído num vazio governativo ao longo destes quatro anos: não nos enredemos em teias conspirativas sobre temas que por mais importantes que sejam, nada têm a ver com a campanha eleitoral. Portugal merece mais e melhor: podemos então regressar ao que é importante?
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