Recentemente a NASA
(Agência Espacial Americana) comemorou a passagem da sonda espacial Voyager 1
para além dos limites do sistema solar, sendo o primeiro artefato de origem
terráquea a penetrar no espaço
interestelar, depois de 36 anos do seu lançamento(05/09/1977).
Junto aos equipamentos tecnológicos (alguns já
ultrapassados pelo tempo), diante da possibilidade de ser capturada por uma
distante e avançada civilização alienígena, foi colocado um disco banhado em
ouro, trazendo a gravação de sons característicos de vários ecossistemas da terra, assim como
uma seleção de cumprimentos em várias línguas, com músicas representativas de
inúmeras culturas terrestres.
Na comemoração desta
fantástica e histórica façanha, foi novamente divulgada uma foto, que esta
sonda tirou do nosso planeta quando ainda estava passando nas proximidades do planeta Saturno
(2012), em que mostra a terra,
representada por um pequeníssimo ponto
azul mergulhado numa imensidão de
estrelas, onde se nota a nossa tremenda
insignificância frente a este colossal
e infinito universo do qual somos
parte.
A Terra, este Pálido
Ponto Azul ( denominação dada pelo famoso astrônomo Carl Sagan), que nos coloca neste cenário deslumbrante, existe
há 4,5 mil milhões de anos (teste de decadência do urânio para o chumbo ),
venceu neste período varias lutas pela sobrevivência , com inúmeros choques com
outros astros, conseguiu domar a ação deletéria do Sol, filtrando as suas
radiações maléficas e aproveitando a
necessária energia da luz solar que nos
dá vida, tornando um verdadeiro oásis no meio do turbulento mar de
radiação do espaço cósmico, constituindo o berço de vida,
notadamente da espécie humana, com surgimento há cerca de 200 mil anos (
muito recente em termos siderais).
No bojo do advento de uma espécie inteligente, a terra pôde presenciar um gradativo aumento de sua tecnologia, com
progressos significativos nos últimos 250 anos, com abrangência em todas áreas de conhecimento, forçando o aumento cada vez mais de todo tipo de energia
disponível.
Fica às vezes muito
difícil as pessoas conceberem os intervalos de tempo e espaço, quando se
trata de assunto relacionado ao espaço
sideral, pelas suas enormes
dimensões. Para isto, tentarei
estabelecer uma escala fictícia e reduzida, para dar uma noção de valores
relativos de medidas envolvidas neste
contexto.
Supondo que a idade
terra fosse reduzida ficticiamente
a um ano, com seu início ocorrendo em 1º de janeiro,o
aparecimento do ser humano no planeta somente ocorreu nos últimos 4
minutos antes da meia noite do dia 31 de
dezembro, e a nossa tecnologia, como a conhecemos hoje, só veio a ocorrer nos
últimos dois segundos do referido ano.
Lembrando que usando
o mesmo critério em relação ao universo
como um todo, reduzindo a sua idade (14,5 mil milhões de anos) a uma
escala fictícia de um ano, com inicio de formação em janeiro, a terra
(juntamente com o sistema solar), somente veio a ser formada lá pelos meados do mês de agosto.
O nosso querido
planeta azul que a tudo resistiu no
decorrer de sua longa existência, a
ponto de domar o próprio Rei Sol, já não suporta a ação de seus ilustres
habitantes chamados de humanos, pela constante agressão que vem sofrendo nesta
curta presença relativa de nossa espécie na terra, agravada pela sua
descontrolada reprodução, com aumento expressivo da população,
tornando a médio e longo prazo,
impossível a vida inteligente neste
nosso recanto cósmico.
Em dados retirados do
livro “Dez mil milhões”, do cientista e pesquisador da universidade de Oxford, na
Inglaterra, Stephen Emmott, traduzido para o português e editado pelo Temas e
Debates Editores do grupo Bertrand, há 10 mil anos havia apenas um milhão de
nós, em 1800 havia um mil milhão, em 1960 havia 3 mil milhões , atualmente
somos 7 mil milhões, em 2050 seremos no mínimo 9 mil milhões, no fim do século
estima-se uma população de no mínimo 10 mil milhões, podendo alcançar a enorme
cifra de 28 mil milhões, se não houver nenhum controle de natalidade.
Os problemas deste
aumento incontrolável da população terráquea ocasionarão grande demanda por
alimentos, pela busca da já escassa água potável, pelas crescentes necessidades
energéticas, acrescentado neste contexto a poluição gerada para fazer frente a
esta caótica situação.
Somente na parte de
energia em estimativas feitas pelo livro acima citado, precisaríamos construir,
até o fim do século, 1800 barragens de grande porte ou 23 mil usinas nucleares
ou 14 milhões de turbinas eólicas ou 36 mil milhões de painéis solares.
Diante dos recursos disponíveis hoje, torna-se
impossível alcançar a meta acima, restando para amenizar a situação uma possibilidade,
mesmo que remota, de reverter este quadro, numa tentativa de salvar a vida na
terra, através de uma necessária e oportuna intervenção da ONU, consoante medidas impositivas aos governantes em todos
os níveis, no sentido de minorar a agressão ao meio ambiente, e de estimular
ações que possam regulamentar esta tão elevada taxa de reprodução humana. Por: Orivaldo Jorge de Araújo ori@uol.com.br
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