A vocação para despedir da Global Media

A Global Media vai tentar despedir mais 81 pessoas. Herdou da sua antecessora Controliinveste, além das empresas (JN, TSF, DN, O Jogo, Notícias Magazine, Global Imagens), a vocação de despedir. Depois das privatizações na comunicação social, a partir de 1988 com os governos do PSD/Cavaco Silva, vieram os despedimentos e encerramento de jornais, como O Comércio do Porto, Diário Popular, Capital. A Controlinveste (agora Global Media) em 2009 despediu 120 pessoas; em 2010, encerrou os jornais 24 Horas e o gratuito Global; em 2014, despediu 160 pessoas; e em 2018 o Diário de Notícias deixa de se publicar todos os dias, passando a sair só ao domingo. A Global Media, de reestruturação em reestruturação dos seus negócios, está a confirmar a sua vocação para despedir pessoas e a contribuir para a degradação do sector da comunicação social. A Global Média recebeu mais de 1 milhão de euros do governo/PS, em contrato de publicidade, no âmbito da ajuda à comunicação social, eventualmente afectada pelas consequências do surto epidémico. Tendo colocado, igualmente, 530 trabalhadores no lay-off facilitado. Para além da oposição e luta dos trabalhadores e dos sindicatos para defender os postos de trabalho, o governo/PS não pode assobiar para o ar, e face aos antecedentes deve intervir para que o despedimento seja cancelado.