Quando o demasiado aborrece...
Quando a luta por um espaço no panorama político aquecia, nos anos que se seguiram à revolução, os “sá-carneiristas” mais divertidos – que não abundavam – contavam uma piada que envolvia Dolores Ibárruri e Álvaro Cunhal; “La Pasionária”, de maravilhada que teria ficado com o líder comunista português, tê-lo-ia lisonjeado desta forma: “Me encantas, Alvarito, que guapo! Cuantos años tienes"? Ao que Cunhal, no seu tom crispado e azedo, teria respondido: “Anhos não tenho nenhuns, mas anda para aí um “Carneiro” que me dá trabalho por um rebanho inteiro”.
Não sendo Sá-Carneiro, Rui Rio não motivará ninguém lá da sua agremiação a cantarem-lhe hinos, e a sua insistência em condenar os comunistas pela determinação em levar a bom termo o seu Congresso, como já havia barafustado com a festa do Avante, acaba por colocá-lo a ridículo, porque o que é demasiado acaba por cansar, e aos comunistas, que levaram avante a festa e agora o Congresso, é assim realçada a capacidade de organização e disciplina, demonstrando que podem perfeitamente realizar os seus eventos sem que daí decorra, em termos de saúde pública, qualquer mal para a sociedade.
Amândio G. Martins
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