sexta-feira, 27 de novembro de 2020

HABITAÇÃO VALLEY


O tema que escolhi hoje para o meu apontamento neste cantinho que me reservam, volta a ser sobre habitação no Município de Oeiras mas, como aqui nestas terras que se espraiam pelo nosso Tejo, até os caixotes do lixo são Valley não devo esquecer este conjunto de seis letras no titulo.

Há necessidade destas terras disporem de mais casas para aqueles que gostariam de vir morar para cá? Sim, é verdade que há necessidade de haver mais casas para uma classe de rendimentos médios que gostaria de se fixarem em terras de Oeiras. Porém dada a quantidade de condomínios de luxo, empenas recheadas de imóveis em escadinha, construções que invadem áreas que deviam estar protegidas, empreendimentos em zonas ribeirinhas ou com zonas comuns de lazer incluindo piscinas nos telhados, estão a atafulhar estas terras de Oeiras mais uma vez quero lembrar que não é assim que se resolve o problema de falta de habitação.

É preciso habitação para famílias em início de constituição a preços acessíveis, mas verdadeiramente a preços acessíveis, de acordo com os ordenados auferidos mesmo trabalhando nos parques empresariais de Oeiras tão badalados.

Os vários empresários da construção civil apostam em grandes projectos que às vezes ficam anos para serem todos vendidos e ocupados, e os vários técnicos camarários têm posto todo o seu saber a aprovar estas construções  que também lhes consolidará o seu nome. Mas porque não apostar em incentivar a construção de blocos com boa arquitectura mas projectos mas acessíveis e  na reabilitação em força de tanta habitação emparedada que se encontra por estas Vilas do território Oeirense?

Há já  municípios que encontraram regras para que o emparedado esteja a ser reabilitado e colocado no mercado a preços acessíveis e as vilas e aldeias estão a abrir-se a novos moradores reabilitando também o comércio local e até as pequenas indústrias dando mão de obra local, ajudando a que a vida de muitos portugueses se torne mais calma sem a lufa-lufa dos transportes e correrias para se cumprirem horários. Porque é que Oeiras não adere a este modo de estar e deixa de correr atrás de coisas “grandes” pois a felicidade de muitas das nossas gentes é  apenas ter possibilidade de ter um lar ao pé de familiares.

Mais uma vez aproveito este espaço para alinhavar apelos àquilo que eu – e felizmente muitas outras pessoas – gostávamos de ver o nosso Município de Oeiras pôr de pé: vamos encontrar e oficializar regras que dentro de dois ou três anos todo o nosso emparedado esteja ao serviço da população de médios recursos e a acelerar projectos de imóveis de médio custo abrindo as portas do nosso Município a tantos portugueses que gostariam de viver em Oeiras.


Maria Clotilde Moreira


Jornal Costa do Sol - 25.11.2020

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