sábado, 21 de novembro de 2020

Ei-los que regressam


Os obcecados com a dívida e o défice. Aparecem sempre, mesmo pela voz dos que, durante algum tempo, pensaram ter-nos enganado, como Centeno, que chegou a bradar contra a austeridade. Essas mentes, para quem não se deve gastar acima do que se ganha, não são capazes de dar azo ao pensamento até constatarem que tudo depende de imensas variáveis. Dá muito trabalho reflectir para além da fórmula simplista, fácil de passar, sobretudo nas acéfalas redes sociais. Pois eles aí estão, de novo, em plena crise sócio-sanitária, preocupados com os anéis e sem cuidarem dos dedos, a avisar-nos de que temos de ter cuidado com os gastos. Em quê? Na saúde e nos apoios sociais, não nos luxos que nos atiram à cara de inveterados esbanjadores acima das posses. Avisar para quê? O PÚBLICO, pela caneta de Susana Peralta, informa-nos: até Setembro, gastámos em saúde 0,8% do PIB; e em gastos directos na economia, dissipámos 2,4% do PIB, mais do que a Grécia e a Eslovénia, e menos do que todos os outros da UE. O “milagre” da Nova Zelândia foi ter uma primeira-ministra que gastou 19% do PIB. De facto, não há mesmo milagres.


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