quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Quinze dias


Já lá vão duas semanas, li o artigo semanal de Maria João Marques (M.J.M.) no PÚBLICO, intitulado “Livrem-me dos covidiotas”. A autora dividia o mundo entre indefectíveis seguidores das políticas sanitárias, negacionistas do vírus e da doença, mais os covidiotas. Como não me reconheço nas duas primeiras classes, imediatamente acatei as “ordens” de M.J.M. e arrumei-me na dos covidiotas. Não que me preocupe a ideia que M.J.M. tem de mim, ela que pense o que quiser. Quis-me parecer, porém, que me imputava o pensamento de que não me incomodo com a morte dos mais velhos, o que é totalmente falso, até porque sou um deles. Agora, qual não é o meu espanto ao verificar, no artigo desta semana (“O Governo que nos tirou os fins-de-semana”), que M.J.M. considera as recentes medidas do Governo para os dois próximos fins-de-semana uma “decisão atroz”, que “vai dar cabo da economia”. Ela até avisa que não virou covidiota, mas, para quem há quinze dias proclamava que “não há escolha entre conter a pandemia e salvar a economia, porque com uma pandemia à solta nenhuma economia resiste”, é de louvar a “cambalhota”. Afinal, não sou tão covidiota como lhe parecia.


Público - 14.11.2020

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