quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Dos "sacrifícios" do poder

 

A um náufrago qualquer tábua serve...

 

 

Embora já esteja há um tempinho a liderar o Governo de Espanha, Pedro Sánchez ainda não conseguiu ver oprovado um só Orçamento de Estado, tendo de sujeitar-se aos “presupuestos”  de Mariano Rajoy, cujo ministro das Finanças, Cristóbal Montoro, é muitas vezes chamado a comentar tão anómala situação, no que costuma ser muito correcto, comentando sem partidarite e com genuína preocupação, tanto mais quanto o mundo enfrenta uma situação que ninguém podia prever.

 

E como não chegam os votos dos partidos que formaram governo, e os apoios de catalães e vascos são tão complicados quanto fracturantes, Pedro Sánches vem sendo “bombardeado” com críticas com que nem contaria, como são as dos barões “del viejo PSOE”, como Alfonso Guerra e Felipe Gonzalez, além de pesos pesados que lideram importantes Comunidades Autónomas; o incómodo é indisfarçável, tanto mais quanto a Oposição se serve delas para reforçar os seus ataques, acusando Sánchez de não ter vergonha de pactar com independentistas e terroristas, referindo-se a catalães e nacionalistas vascos, de cujo partido, EHBILDU, negociou os votos para o Orçamento, pondo a governabilidade de Espanha dependente de quem nunca sequer deveria ter saído da cadeia, diz o PP.

 

Acontece que, dissolvida há muito a Eta militar, e libertados os últimos que ainda cumpriam pena de prisão, mesmo cumprindo todas as regras de uma sociedade democrática e vendo eleitos os seus representantes para o Congresso, para a Direita espanhola aqueles vascos continuam sendo “terroristas”, ao que os socialistas respondem com a frase slogan: “En la España que queremos nadie se queda atrás”; e aos “senadores” do partido que criticam a “maleabilidade” de Sánchez, a jovem porta-voz no Congresso, Adriana Lastra, responde assim: “Siempre escucho atentamente a nuestros mayores, pero ahora nos toca a nosotros”...

 

 

Amândio G. Martins

 

 

 

 

 

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