quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Quando o barro não cola

 

Nada há encoberto que não haja de ser descoberto...

 

 

Um expressão com frequência ouvida por muita gente que, embrenhada nas suas coisinhas do dia a dia, não questiona o porquê de certas decisões incompreensíveis e vai cumprindo o que de “cima” vai sendo imposto, é o impotente desabafo de “eles é que sabem”; deu celeuma ontem em Espanha a notícia de que o Governo tomara a decisão de baixar o IVA das “mascarillas” de 21 para 4%, apresentando-a como difícil mas necessária para as populações, que se viam obrigadas a pagar caro um artigo de primeira necessidade, porque a UE assim obrigava, pelo que tiveram de travar uma luta difícil para conseguir aquela autorização, que exigiram fosse feita por escrito, para ficarem ao abrigo da pesada multa prevista para incumprimento das directivas.

 

E se é verdade que a UE obriga a taxar com 21% os artigos de uso sanitário, já desde abril que havia anunciado abrir uma excepção para as máscaras, que todos os países logo aproveitaram, como mostraram as televisões espanholas, apresentando quadros com o que se praticava em cada um, de que fixei Portugal com 6%, Alemanha com 5% ,  França e Itália com 5,5%, caindo assim por terra a desculpa do Governo para não ter tomado tal decisão mais cedo, que a Oposição reclamava e a  comunicação Social fazia eco; e achei graça à expressão da porta-voz do Partido Popular no Congresso, Cuca Gamarra: “Enquanto os paises nossos vizinhos aplicavam o IVA mínimo, o Governo espanhol “recaudava” muitos milhões”, como se o imposto cobrado tivesse ido para o Governo e não para o tesouro público...

 

 

Amândio G. Martins

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