O ALENTEJO VOLTOU A CHORAR
Dedicado a Catarina Eufémia, assassinada a tiro pelo tenente Carrajola da GNR a mando do fascismo e dos latifundiários, há mais de 50 anos, o grande Zeca Afonso, em dois versos do seu poema “Cantar Alentejano”, diz assim:
Ceifeiras na manhã fria
Flores na campa lhe vão pôr
Ficou vermelha a campina
do sangue que então brotou
Aquela andorinha negra
Bate as asa p`ra voar
Ó Alentejo esquecido
Inda um dia
Hás-de cantar
Tinhas razão amigo. Cantou com o 25 de Abril e a Reforma Agrária, mas chorou quando acabaram com ela. E voltou a chorar com a patifaria que os mesmos que acabaram com ela, estão a permitir que agora lhe façam, com as culturas intensivas e superintensivas de milhares e milhares de hectares.
Estão a esgotar e a contaminar os seus solos com milhões de toneladas de pesticidas e fertilizantes, para terem as maiores produções e lucros possíveis. Estão a consumir a água quase toda do Alqueva e de outras albufeiras. Estão a destruir ecossistemas. Estão a alterar, a matar ,a sua fauna e flora. Não só com a apanha mecânica noturna da azeitona, dizimando os pássaros. As outras espécies, também desaparecem.
Portanto, o Alentejo chora. Estão a matá-lo.
Aqui fica mais este grito de alerta e de revolta
Francisco Ramalho
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