Dou já a (minha) resposta: o laicismo. Obviamente sob o ponto de vista dos terrorismo islâmico. O que me leva a retirar tamanha conclusão? Pois do silêncio quase total das igrejas cristãs na (não) reacção aos infames ataques em França, em tempo, ou, se possível, pior ainda, aos comentários entre o "piedoso e o desculpabilizante", como foi o caso do Bispo do Porto. Mas, mais sintomático, o mesmo silêncio por parte dos lideres muçulmanos ditos "moderados" que só "abordarão" os factos "tarde e a más horas" numa qualquer reunião ecuménica em que os líderes falarão da tal "paz" que "todos eles" procuram. Tem sido sempre assim e, mais uma vez, assim foi.
Quem é o ímpio é o laicismo e os seus praticantes. E a França representa, mais que ninguém, a pátria dele. Sabia-o e vi-o muito bem na pequena cidade satélite duma grande cidade francesa, onde, desde a escola pré-primária até ao edifício onde instalaram a igreja católica (!), existia a tríade clássica: Liberté-Egalité-Fraternité. Como símbolo dum espírito laico que deve "anteriorizar" todos os outros na nossa vida vida de relação, terrena como é óbvio. As instituições cristãs "aprenderam-no" (?), deslocando o "belicismo" para lutas intestinas. Os Islâmicos, talvez porque a cultura secular demore mais a chegar, ainda mantêm "o sabre afiado" e o dogmatismo que o laicismo nos ajudou a "esquecer" nos princípios. No entanto.... uns e outros "protegem-se" pois o "céu" manda muito e o inferno é para os outros... os ímpios.... os laicos.
Fernando Cardoso Rodrigues
"Eppur", quero continuar laico. E ímpio (com acento agudo).
ResponderEliminarConfesso que fiquei um bocado "desconsolado" com o seu comentário. Achei-o "curto"... Defeito meu, por certo.
EliminarTem toda a razão, o meu comentário foi “curto” demais. A parcimónia explica-se (?) pela falta de vontade em mergulhar num assunto de águas tão profundas. Obrigar-me-ia, em respeito pela integridade do meu próprio pensamento, a vasculhar eventos históricos que, como sabe, não é a minha especialidade (se é que tenho alguma…). Com grande probabilidade, num texto de espaço tão limitado, correria o risco de passar por uma exposição desculpabilizante dos bárbaros actos que estiveram na origem da sua visível e justa indignação. Teria de lembrar a selvajaria cometida por seguidores de outros credos (incluindo os cristãos), noutros tempos. Teria de trazer à conversa a regressão que há alguns séculos atacou, inexplicavelmente, alguns sectores muçulmanos, depois de alguma superioridade civilizacional que exerceu durante tempos, regressão essa de que, nunca se sabe, a comunidade ocidental, cristianizada, não está livre, sobretudo depois de tomarmos consciência de fenómenos sociológicos como os desencadeados por Hitler e (porque não?) Trump. Para não falar de outros sujeitos igualmente “simpáticos”.
EliminarE tudo, sempre, em nome de um deus qualquer. Por isso, o melhor é mesmo continuar ímpio. Mas não impio.