segunda-feira, 31 de julho de 2017

As costas largas do eucaplipto

Até já ouvi um saudosista do 24 de Abril culpar o 25, mas acontece que eu pessoalmente estive a combater um incêndio na serra de Sintra em Setembro de 1966 e lá morreram 25 soldados meus camaradas.
Não havia lá eucaliptos, mas árvores frondosas rodeadas de mato e capim.
Estes sim são os catalisadores de todos os incêndios, porque os eucaliptos não ardem sozinhos.
Não ardem os eucaliptos nem qualquer outra árvore.
A tarefa que a minha companhia executou foi pura e simplesmente capinar e queimar.
Já naquela altura não houve ninguém com coragem para limpar no tampo ameno.
Hoje continua a não haver.

Quintino Silva

3 comentários:

  1. É óbvio que não são os eucaliptos que provocam os incêndios, como é óbvio que também arde onde não há eucaliptos. Mas esta exótica propicia mais incêndios, desde logo porque rouba humidade aos solos e as suas folhas impedem a penetração das águas das chuvas. O seu cultivo abusivo, em monocultura, é um atentado à nossa flora natural, que tem expulsado de forma criminosa. Quem escreve uma coisa destas nunca viu fogo num eucaliptal, mas é uma "música" de assobios assustadora, porque a casca desta árvore, quando separa do tronco, seca, fica muito tempo dependurada e, quando arde, o lume sobe rapidamente até à ponta e projecta-se para longe, tornando os incêndios incontroláveis!

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    1. Não sou adepto do eucalipto(nos meus terrenos não os quero), mas a realidade´é que nesta altura se acabássemos com os eucaliptos as nossas exportações sofreriam uma queda abrupta, e muitos milhares de postos de trabalho directos e indirectos iriam à vida.
      Por isso o que temos de fazer é arranjarmos maneira de conviver, e para isso o que temos de fazer é não deixar que o Sr. " Matos da Silva" se aproxime deles.

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  2. Não me meto porque "não sei da poda". mas que estes dois textos são valiosos para me esclarecer, lá isso são. Eis duas posições quase antagónicas que apela ao tentar saber mais da minha parte.

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