terça-feira, 18 de julho de 2017

Serviço Militar Obrigatório


Com a recente e infeliz turbulência nas Forças Armadas, o SMO voltou à ribalta. Nos anos noventa, os “meninos” de algumas juventudes partidárias renderam-se às delícias da preguiça e do sucesso fácil e sem esforço, muito em voga naquela época de yuppies, influenciando o fim daquele serviço, essa “chatice”. Mais tarde, os mesmos meninos, já mais crescidos, foram confrontados com a crise financeira e com a onda dos “cortes inevitáveis”. Ora, se não estávamos em guerra, para quê gastar dinheiro em exércitos? Tanto mais que, para eles, investimentos sem retorno garantido são desperdício, e pagar salários à “carne para canhão” é perdulário, o mesmo não se podendo dizer dos do generalato. Tudo isto serviu às mil maravilhas para reforçar o desígnio (neo)clássico de imunizar as Forças Armadas a qualquer emanação popular, tornando-as uma guarda tendencialmente pretoriana, qual empresa privada altamente profissionalizada e armada que, em caso de “sarrafusca”, sabe bem que lado é que há-de defender.

Público - 23.07.2017

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