Leituras em "tempos de chumbo"

Tempos de Covid19. Tempos de doença e morte, tempos de ócio forçado, tempos de "regozijo" doentio, tempos de esperança, tempos de amor,  tempos de incerteza, tempos de cansaço  e desencanto.... tempos de tudo. E para quem, como eu, tem "duas mãos esquerdas" e não tem quintal, resta-me a varanda , as gaivotas "piantes" que invadem a cidade, a tentativa de coragem e... alguma leitura. Que, tento, não seja "morna" mas também não hermética. Homem médio...
E dos sete livros que fui lendo, todos me agradaram, até porque, talvez por "necessidade inventiva", acabei por sentir um elo de ligação entre quase todos eles... Aqui ficam: "Agente em Campo" de John le Carré ( talvez o mais "isolado"), "O Caminho Para o Fim da Liberdade" de Timothy Snyder ( pedagogia imensa sobre a Rússia de Putin), " A guerra dos Pobres" de Éric Vuillard ( reforma sobre a Reforma...), "Caros Fanáticos" de Amos Oz ( judeu laico que mostra que, em Israel, nem tudo é "falcão" e ultra), " Conduz o Teu Arado Sobre os Ossos dos Mortos" de Olga  Tokarckzuc ( uma pesonagem que acredita que a "genética" está nos astros e acaba como policial negro e... tem uma escrita inteligente, fantástica!). E acabo com o mais que "apropriado", de Robert Louis Stevenson, "Apologia do Ócio" ( não deste nosso, imposto, mas o outro como fenómeno cultural; que ainda tem um segundo texto, "A Conversa e os Conversadores", absolutamente delicioso!) e "O Apelo da Tribo" de Mario Vargas Llosa ( que "biografa" resumidamente os grandes teóricos do liberalismo e me "ligou as pontas" que andavam dispersas na minha "pequenina" cabeça...).
"Compra" quem quer e quem não quer... "deita fora"...

Fernando Cardoso Rodrigues