domingo, 5 de abril de 2020

Quem tem medo de Rio?


O recado de Rui Rio à banca valeu-lhe um coro de críticas, normalmente acompanhadas da exaltação, tão desnecessária quanto repisada, do papel da iniciativa privada na economia portuguesa. Rio não ignora a quem se dirigiu, porque lhe conhece bem os truques e as tentações. Alguém se admiraria que a banca desatasse, com o inesgotável argumento da “crise”, a disparar os preçários das operações que executa? É o que temos visto nos últimos anos, com a desculpa de que as taxas de juro dos mercados não lhe permitem ganhar dinheiro no seu negócio natural, que é captar fundos para os aplicar em financiamentos. É disso que Rio fala e receia. Alargar à banca a contenção a que todos, individualmente, estamos sujeitos é o que urge fazer, refreando-a nos devaneios que possa ter na capitalização de juros em situações de moratória, nos débitos de despesas e comissões, na distribuição de dividendos ou na atribuição de prémios aos gestores. 
Há que perceber bem a diferença que existe entre a economia real, a dos produtos e serviços, e a economia financeira, que deve ser controlada para evitar caminhos especulativos.

11 comentários:

  1. Ia a dizer que "por uma vez gostei de Rui Rio", mas não é totalmente verdade. Porque, em termos relativos, sempre achei que comparando com Cavaco Silva e Passos Coelho, ele "incomparável", para bem melhor. Mas aí, não "conto" pois nunca votei PSD. Agora nesta crise, em que se define muito mais o âmago das pessoas, os dois últimos discursos de Rui Rio excederam as minha expectativas. Portanto... assino por baixo o seu texto, caro José!

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    1. Desconfio que estas últimas posições de Rio se devem ao estado actual, absolutamente excepcional, da nossa sociedade. Nunca foi personagem que me deixasse entusiasmado, bem pelo contrário, mas sem, naturalmente, me despertar os sentimentos de repulsa que me provocavam as duas “figurinhas” que o Fernando invoca. Passada a pandemia, logo veremos como, em “normalidade”, Rio se vai comportar. No entanto, para já, e atendendo às suas próprias origens, entendo ser de saudar as posições assumidas.

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  2. Aos "manos" Rodrigues: tem razão o Fernando quanto às ??.
    Não tem razão o José quando presume que eu respondia ao título do post.
    Já há muitos anos que não pertenço a qualquer "agremiação", como diz o Amândio. Se voltasse (ao PS), só se fosse possível trocar alguns calhordas por gente como Rio ou Pacheco Pereira, por exemplo.

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    1. Agora é que não percebo mesmo nada! Eu tinha respondido com "??", mas acabei por entender a explicação do José Rodrigues, pois não tinha reflectido sobre o seu "eu não tenho". Afinal o José Valdigem vem negar a interpretação do JR mas... vem corroburá-la na explicação com este seu último comentário! Bom, não tem importância nenhuma e isto serve para "passar o tempo"!
      Permite-me um aparte, J. Valdigem? Que "raio de dor" tem com o PS?...Nota-se muito!...

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    2. Caro Valdigem,
      Eu ia responder-lhe, mas o Fernando adiantou-se, e muito bem. De facto, não cheguei a perceber de que forma estava errado quando presumi que o Valdigem tinha respondido ao título do post. É certo que isto não tem importância nenhuma, e o Fernando já o disse, mas, já agora, gostava de compreender tudo: o que é que o Valdigem "não tinha" quando comentou o meu post?

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    3. "Corroborá-la". Não sei onde fui buscar o "u"...

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    4. Caro Fernando: isto não serve para passar o tempo. A minha "dor" com o PS. Nota-se muito, pois claro.
      Quando os "meus" pisam o risco, sinto-me mal. Traído. São estes que pôem em causa as minhas convicções. Os outros não.

      Caro José: sim, o "eu não tenho", refere-se ao título do post. Neste caso, não ter medo significa não se sentir incomodado, com a hipotética ascenção de Rio.

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