A vida é muito difícil...
Na empresa onde trabalhei a maior parte do tempo, enquanto
profissional activo, lidei com gente de todos os sectores da companhia, cerca
de mil pessoas espalhadas por todo o país; e esse facto proporcionou-me conhecer os mais diversos tipos de gente que, mesmo nas categorias profissionais intermédias, ou mais modestas, a grande
maioria viviam a empresa como se fosse sua, nos momentos bons e menos bons, sem
queixas nem recriminações.
A figura que agora me ocorreu - a pretexto daquele grupo de brasileiros que só
quer voltar à sua terra, porque a pandemia fê-los perder o trabalho, sem o qual
não têm como cá sobreviver – era bem conhecida de todos por ser responsável
pelas mais diversas exposições onde o nosso ramo de negócio devesse estar; e se
algum elemento da zona onde a exposição tinha lugar, que sempre era chamado a
colaborar, lhe fazia alguma queixa da empresa, na ingénua procura de
solidariedade, ouvia aquela "sacramental" reposta: “A vida é muito difícil”.
E aqueles brasileiros, que facilmente se percebe estarem em
situação desesperada, só lamentam que as autoridades do seu país não estejam a
fazer o necessário, há já vários dias no aeroporto esperando uma ligação aérea
que os leve de volta para casa, dadas as circunstâncias inesperadas e
excepcionais em que se viram envolvidos; faço votos para que o seu problema se
resolva rápido, que não sejam contaminados quando chegarem à pátria, e que
voltem logo que esta calamidade desapareça que, como já se viu, a vida é mesmo muito
difícil para quem vive do seu trabalho, seja qual for a latitude...
Amândio G. Martins
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