Quando é preciso, a "canalha" não fala.
Nos tempos de estudante, fui sempre um aluno medíocre. A única área em que me safava era Geografia. Em línguas também não era mau de todo. Mas nunca mais pratiquei.
Há uns trinta anos, numa ocasião, em férias de Verão, encontrávamos-nos - eu, a Baixinha e os Maravilhosos - no cantão do Valais, na Suiça, em casa de amigos.
Um dia, atravessando o Sul do país, entrámos na Áustria, através do Liechtenstein, com destino a Innsbruck, Entrámos num posto de turismo nos arredores da cidade. Convenceram-nos de imediato a desistirmos da intenção de ir pernoitar num bungalow na montanha. Houve uma tromba d`agua. Chovia e sentia-se um movimento inusitado de carros de bombeiros e ambulâncias.
Acabámos por nos instalar num hotel no centro, junto ao rio Inn. Ainda chuviscava, mas eu não queria perder a oportunidade de ver como era a cidade à noite. A minha mulher e o "maravilhoso" menor, vencidos pelo cansaço, não alinharam. Acompanhou-me a "maravilhosa". Dirigi-me à recepção e atirei numa mistura de português abrasileirado, espanhol e inglês: usted me empresta aí um umbrella?. O homem, de dois metros de altura, com um sorriso de orelha a orelha, prontamente satisfez o meu pedido, enquanto a minha filha escondia a cara, de vergonha.
Noutra ocasião, à entrada do túnel do Monte Branco, em Chamonix, ao pagar a portagem, diante da recusa dos restantes, tive mais uma vez que ser eu a falar, com o cobrador: le ême tiquê dá pra regressê? Foi uma gargalhada geral, a que se juntou o homem do "guichet".
Ainda hoje, cá em casa, quando me querem "sacanear" atiram-me com essas frases estrambólicas.
José Valdigem
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