quinta-feira, 2 de abril de 2020


Por onde andará este senhor?...


Estávamos no ano de 1971, conversava eu com um cliente ao balcão da sua loja, quando entra um senhor de barbas, baixote, com um molho de livros nos braços; de conversa afável, apresentou-se como escritor, que estava a viver temporariamente na Póvoa de Varzim, editava e vendia os seu livros, não estando ligado a nenhuma editora; mostrando o livro que nos queria vender, foi-nos adiantando o tema que tratava, à volta dos movimentos políticos e guerrilheiros moçambicanos.

Já não me lembro se o meu cliente comprou, mas eu fiquei-lhe com um exemplar, que agora verifico, porque está grafado na contracapa, paguei por ele 100 escudos, que na altura não era assim tão pouco; deste livro, de 540 páginas, que seria o primeiro de três volumes, já nem me lembrava, não me viesse agora à mão quando limpava a estante, por fazer parte daqueles que estão empilhados na fila de trás, a que nunca ou raramente vou, como foi agora o caso.

Ao folheá-lo agora, encontrei no meio um recorte de um anúncio no JN, com data de 2.2.73, no qual “Agostinho Caramelo agradece muito a quantos ajudaram a esgotar as duas edições de “Fabricantes de Infernos”, comunica que amanhã regressa a Moçambique, anunciando que vai escrever mais dois livros; e àqueles que têm insistido na procura das suas Obras anteriores, esclarece ser totalmente impossível consegui-las”...


Amândio G. Martins



4 comentários:

  1. Lembrei-me do meu irmão mais velho que, com a sua proverbial bonomia, quando se referia a um indivíduo bizarro ( por boas ou más razões) dizia dele: esse "caramelo"...

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  2. Uma vez ouvi um tipo chamar directamente "caramelo" a outro e levou com esta: "chupa-mo"!

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    1. O tal tipo chamou "caramelo" ao outro ou ao "coiso" do outro?... Manias minhas...

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  3. Pois, mas o "outro" não estaria para esses "preciosismos"...

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