sábado, 11 de abril de 2020

Para além do 19



Face a esta ordem “fiquem em casa” famílias a viverem separadas resolveram juntarem para melhor gerirem as compras e sempre disporem de alguma companhia podendo até minorarem o isolamento dos mais velhos e organizarem os tempos livres dos mais novos. Alguns membros foram mandados mesmo para casa porque as escolas fecharam e estão ligadas por teletrabalho e outros até porque muitas das ocupações já eram feitas por meio destas novas tecnologias.
De malas aviadas e equipamento informático chegaram a casas de férias, maiores do que as do dia-a-dia, com espaço de jardim e quintal e relativamente perto de uma cidade algumas até de renome no nosso País. E então descobrem-se carências que só vivendo com elas se acredita.
Um exemplo é uma localidade perto das Caldas da Rainha cidade histórica, com turismo ainda apreciável que tem falhas grandes no acesso à Internet: uma periferia num raio de doze quilómetros do centro da cidade. Como não tenho grandes conhecimentos desta nova tecnologia e da linguagem própria, talvez cometa alguns erros técnicos na informação mas tenho a certeza que o principal será compreendido por quem me ler.
As operadoras que asseguram a internet não colocaram os “postes” com potência suficiente para abranger esta área das redondezas da cidade porque o número de casas não traria o rendimento que estão acostumados a receberem e lá vai chegando uma via de acesso à net agora depois caí e depois lá renasce. E segundo lamentos de outros amigos que vivem nas terras de província do norte também se continuam queixando da falta de rede de internet  não permitindo até que familiares se possam lá demorar. A rede telefónica também tem falhas nunca mais suprimidas.
Também no que se refere à intensidade da luz eléctrica a entidade fornecedora não tem colocado uma rede que mantenha uma estabilidade no seu fornecimento e assim,  é tão baixa a intensidade que as máquinas de cozinha “desmaiam”. Os técnicos chamados para repararem as avarias acabam sempre por referir que a instabilidade de fornecimento de electricidade é a responsável pelas avarias.
Quando uma entidade concorre a estes fornecimentos que continuam a estar na vanguarda da vida das pessoas que habitam este País não deviam ser obrigadas a fazerem chegar a todas as casas – talvez a cem quilómetros do centro de uma cidade seja utopia mas num raio de doze quilómetros…? As entidades são para ganhar dinheiro para poderem pagar os equipamentos e ordenados e assegurarem a manutenção mas… depois vem na comunicação social que um super “gestor” ganha por dia – por dia – seis mil euros. E aqui acabo a perguntar: não podia ganhar menos um bocadinho e a empresa assegurar uma rede de fornecimento mais alargada?
Esta semana o 19 chamou-me a atenção para estas pequenas coisas.

Maria Clotilde Moreira

Jornal Costa do Sol - 08.04.2020

1 comentário:

  1. Esse super "gestor" foi premiado por um organismo qualquer, europeu...
    Ainda há quem acredite que há outras opções, para quem considere que está a ser mal servido.

    ResponderEliminar

Caro(a) leitor(a), o seu comentário é sempre muito bem-vindo, desde que o faça sem recorrer a insultos e/ou a ameaças. Não diga aos outros o que não gostaria que lhe dissessem. Faça comentários construtivos e merecedores de publicação. E não se esconda atrás do anonimato. Obrigado.

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.