quarta-feira, 22 de abril de 2020

A fome não se previne

 
A pandemia não foi ainda considerada extinta, mas já existem dados suficientes para antecipar algumas consequências. Segundo David Beasley, diretor da Agência das Nações Unidas para a Alimentação, o número de pessoas que já passam fome no mundo crescerá, até ao final do ano, em mais 130 milhões. A pobreza já aumentou e, seguramente, vai ampliar-se. Em sintonia, o fosso das desigualdades no mundo vai alargar-se. Ninguém poderá condenar os governantes em geral por prevenirem uma tragédia de proporções desconhecidas. Na legítima ânsia de a tudo acorrerem, talvez tivessem negligenciado o perigo de se generalizar o sentimento de que quem fosse “tocado” pelo vírus tinha a morte como certa, o que, obviamente, não corresponde à verdade. Sem querer minimizar, à moda de Trump ou de Bolsonaro, o sério problema que foi e é a pandemia, e na ausência de dados que indiquem com fiabilidade o que teria acontecido se as medidas de prevenção não fossem tão drásticas, parece legítimo procurar-se saber se era inevitável o tremendo custo social que os actuais e futuros famintos vão sentir.

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