sexta-feira, 10 de abril de 2020

O rigor de linguagem e a comunicação

Neste tempo de COVID 19 - para além dos sentimento de angústia , medo, mas  também inventividade , coragem e empenho solidário - há coisas de que vou tomando nota  e uma dessas é a linguagem. Ou, melhor, do seu uso, às vezes indevido e muitas vezes não explicado. Atenho-me ao último. Sem pretender  ser "erudito" ou "pedagogo", também é verdade que nem toda a gente será capaz de "ler" para entender e até fazer juízos baseados nessa dúvida que lhes fica. Exemplifico, ao sabor do acaso. Por exemplo, toda a gente fala de "testes" mas não será toda que distinguirá os de diagnóstico de doença activa ou portador ( colheita de secreção por zaragatoa nasal profunda) dos de dianóstico de imunidade adquirida ( colheita de sangue com detecção quantificada de "anticorpos"), chamados de serológicos. E os dois têm fins diferentes para orientação dos epidemiologistas e dos políticos. Outro exemplo é a não destrinça entre "eficácia" e "eficiência". Eu poderia matar uma mosca com um canhão mas... bastar-me-ia um "mata moscas". Outra má comunicação, na informação televisiva ( que todos vêem...), é o uso, sem explicação da diferença, entre "taxa de mortalidade" e "taxa de letalidade", onde são diferentes, no denominador, o número de habitantes e o de infectados. Por aqui me fico. Fui intempestivo? Desculpem-me e... corrijam-me, se caso for.

Fernando Cardoso Rodrigues

1 comentário:

  1. Ainda, agora mesmo, ouvi o Carlos Daniel entrevistar o presidente da CMP, Rui Moreira, em directo no telejornal e... "ele" era "testes par aqui, testes para acolá" e... quais? Para, logo de seguida, anunciarem uma reportagem sobre testes serológicos para logo à noite, no "Sexta às 9", mais informação. Espero que seja elucidativa...

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