A força da cultura...
...Que até é capaz de levar um militar, em tempo de guerra,
a desobedecer a ordens precisas, se a sua consciência lhe dita que o faça. Citando um texto alusivo à Páscoa, de Eduardo Jorge Madureira, no Diário do
Minho, Pedro Bacelar de Vasconcelos põe em relevo, no seu habitual espaço no JN,
o gesto daquele militar que salvou a obra-prima de Piero della Francesca, “La
Resurrezione”, que o magnífico artista do Renascimento deixou num mural em
Arezzo, Itália, em meados do século XV, mais tarde “transladada” para o Palazzo
del Governo em Borgo Sansepolcro.
Tendo lido o que sobre a obra escrevera Aldous Huxley, que
lhe chamou “a melhor pintura do mundo”, um
jovem oficial britânico, Antony Clark, encarregado de, em 1944, bombardear
aquela terra, supostamente infestada de nazis, decidiu desobedecer às ordens e
poupar Sansepolcro e a “Ressurreição”.
E Bacelar de Vasconcelos termina o seu texto assim: “Que a
Europa encontre, nesta primavera absurda de dor e de sombras, a inspiração que
lhe falta para vencer o medo, a doença, a desconfiança, o calculismo mesquinho
e os fantasmas de um passado carregado de memórias de sangue e de miséria. E
que saiba reinventar toda a força que precisa para restaurar a generosidade e a
esperança, a alegria e a solidariedade indispensáveis para se salvar e para
renascer”.
A obra-prima referida pode ser apreciada em www.museocivicosansepolcro.it/en/opere/piero-della-francesca/resurrezione
Amândio G. Martins
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