quarta-feira, 20 de abril de 2016

Meu completo nominal acróstico


Julgava ser o que não sou
Ou estar onde não estou;
Ser alguém diferente de mim
É não ser o que sou assim.
Bastava não sei o quê
E questionar este meu porquê
Repleto de incertezas no percurso
Na demanda deste ou outro curso,
Antecipando outro qualquer ingresso
Restando esperar um regresso
De onde nunca me quedei,
Ou de onde de lá voltei.
Morei sem nunca ter habitado
E mesmo assim faço um vôo alado
Na direcção da morada vazia
De onde brota doce nostalgia.
Então, apenas só comigo
Sinto-me sozinho sem tigo.
Doravante vou gerindo a situação
Esperando que só mais tarde perca a razão.
Caprichosamente ainda cá estou
Augurando estar aonde não vou,
Repetir o que de bom já fiz
Valendo-me da vontade que sempre quis
Antes de deixar de pensar
Logrando o tempo superar,
Hiato que me faça perpetuar,
Ou me deixe continuar.
Agora, a caminhar para o fim,
Meta última de qualquer ser,
Antevejo mesmo assim
Resumir-me mais ao ser que ao ter,
Antes desta partida final
Ligando-me ao éter astral.
José Amaral

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