quarta-feira, 27 de abril de 2016

Paulo Baldaia - TSF



A suprema hipocrisia das esquerdas


Andamos nisto quase desde o início. O Bloco e o PCP, à vez cada um ou os dois juntos, acham normal estar contra medidas estruturais do governo socialista, não os chumbar, mas fazerem de conta que não têm responsabilidade nenhuma.
Depois de repetirem à exaustão que o orçamento do Estado que aprovaram não era o orçamento deles e de lhes apontarem inúmeras expectativas não cumpridas, agora é o Programa de Estabilidade que manifestamente não agrada ao Partido Comunista, mas que vai seguir em frente porque as esquerdas se recusam levá-lo a votação, como pretende o CDS.
A ideia do CDS está a "roçar a chicana política", como diz o PCP? Pode ser que sim, mas em nada é diferente de outras ideias do género dos restantes partidos, noutras alturas. Alguém achará normal que Jerónimo de Sousa diga que o PCP não apoia o Programa de Estabilidade, mas não o queira votado e chumbado?
Até quando poderão os partidos de esquerda enganar o seu eleitorado, dizendo que não têm nada a ver com aquilo que só eles são capazes de viabilizar? Esta tarde, o Programa de Estabilidade não vai a votos e pode seguir para negociações em Bruxelas e isso só é possível porque o Bloco e o PCP o permitem. Este também é o seu Programa de Estabilidade. Querer afirmar o contrário é a suprema das hipocrisias políticas.

Transcrito por Jorge Morais

7 comentários:

  1. Paulo Baldaia, comentador de serviço e ao serviço, é coerente, porque também foi dos que malhou forte e feio na solução governativa resultante duma actual maioria de deputados na Assembleia da República, e sabe que PCP e BE foram determinantes para concretizar o afastamento da direita (PSD/CDS) do governo.

    ResponderEliminar
  2. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar
  3. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar
  4. Grato pela informação mas sinceramente, após tantos anos a ouvir Paulo Baldaia considerava-o independente com tendências de esquerda até pela estação em que presta serviço. Pelos vistos andei enganado este tempo todo. Apesar disso, analisando esta crónica sem “clubites” não vejo onde esteja ao serviço por conta de alguém. Eu, que não estou ao serviço de ninguém, concordo com tudo que ele escreveu. Cumprimentos, Jorge Morais

    ResponderEliminar
  5. Se me permitem a colherada, gostava de deixar aqui a minha opinião, que é só isso, uma opinião. O pragmatismo de que bloquistas e comunistas têm dado provas nos últimos tempos explica-se por um legítimo desejo de impedir a qualquer custo o regresso à governança dos neoliberais, que tanto mal fizeram ao País, como já se vai vendo e muito mais se verá no futuro. O sr. Baldaia, na sua formação, deve ter sido inculcado até à medula por tais teorias, de que há muito tempo dá indícios. Por isso, não acuso a esquerda extra-governamental de qualquer hipocrisia, nem o sr. Baldaia de estar ao serviço de quem quer que seja. Infelizmente, porém, o neoliberalismo económico só traz vantagens aos grandes e poderosos, o que pode dar a ideia de o referido senhor se encontrar a soldo de alguns. E as referências que ele fez ao caso Banif não contrariam em nada, julgo eu, o que acima escrevi. Cumprimentos.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Quero realçar mais uma vez que ouvindo PB anos a fio na TSF fiquei com a ideia que não era de direita. Sobre a crónica do BANIF, foi para justificar o que havia dito, o seja, que era hábito ele bater no PSD/CDS, mas se o que a crónica diz ainda não chega, o problema não será meu. Acusa PB que por formação é inculcado até à medula....Ora eu, que concordei com tal texto, e por tabela, também padeço da tal formação. Paciência, antes formado com tais teorias do que formatado com outras. Termino no entanto agradecendo a sua educada colherada mas pedindo-lhe que acredite que me considero livre de formações e formatações. O dia a dia é que me ensina e desanco, com imensas provas dadas, naquilo que na minha maneira de estar na vida, ache estar incorrecto. Cumprimentos.

      Eliminar

Caro(a) leitor(a), o seu comentário é sempre muito bem-vindo, desde que o faça sem recorrer a insultos e/ou a ameaças. Não diga aos outros o que não gostaria que lhe dissessem. Faça comentários construtivos e merecedores de publicação. E não se esconda atrás do anonimato. Obrigado.

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.