segunda-feira, 23 de julho de 2018


“Capitalism as usual”


Todos sabemos que há gente carenciada de tudo de uma ponta à outra do planeta, sendo a mais chocante, por inexplicável, a pobreza que se verifica nos países ricos; e também sabemos que aquilo que se desperdiça chegava para acudir devidamente aos que sobrevivem de migalhas.

De tudo que se desperdiça há os que o fazem, mesmo necessitados, por ignorância, que é outra vertente da pobreza, por não saberem como conservar e aproveitar alimentos; mas há muito desperdício deliberado, criminoso, motivado pela ganância do lucro sem olhar a meios.

Ouvi num canal de televisão espanhol que a famosa etiqueta Burberry mandou queimar todos os artigos que não foram vendidos em 2017 – roupa, acessórios e perfumes – no valor de 32 milhões de euros para “proteger a exclusividade da marca”.

Sendo sabido que esse tipo de organizações não produz nada, limitando-se a especular com bens que saíram das mãos de gente que sobrevive com salários de fome, tantas vezes sem horário de trabalho regulado, quanto mais digno não teria sido distribuír o que queimaram por gente carenciada até no seu próprio país...


Amândio G. Martins


2 comentários:

  1. Pergunta de "advogado do diabo": mas então não está em linha com o espírito do capitalismo dos nossos dias?...

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