segunda-feira, 30 de julho de 2018


Todos nascemos nus...


...Mas, logo de seguida, uns são vestidos com roupinhas finas e outros embrulhados em serapilheira ou coisa semelhante. A socióloga Maria Filomena Mónica, entrevistada pelo jornalista Luís Osório no âmbito do ciclo de entrevistas públicas “30 Portugueses, Um País”, que o caderno “Dinheiro Vivo”, do JN, vem publicando, diz não conceber que sejam necessárias no nosso país cinco gerações para que o filho de alguém da classe baixa consiga subir de escalão social.

Filha de lavradores abastados e tendo crescido no ambiente da aristocracia de Cascais, diz lembrar-se de, quando moça, visitar os bairros da lata e distribuir roupas e comida, mas depressa percebeu que as diferenças e a pobreza não se resolvem desta forma, a caridadezinha tão do agrado das gentes da Direita, que é uma forma de manter debaixo do seu domínio grandes massas humanas.

Na investigação para o seu mais recente livro, “Os Ricos”, sobre a origem do enriquecimento em Portugal, descobriu que todas as famílias ricas, com excepção de Américo Amorim e Belmiro de Azevedo, se fizeram nas ligações e contratos com o Estado...


Amândio G. Martins

2 comentários:

  1. Passe o exagero, essa é a história do capitalismo "liberal" português...

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  2. Não é exagero nenhum; esperemos outra postura dos "herdeiros", quanto mais não seja por força das circunstâncias, e que os novos empresários, com outra formação, já não estejam a contar com a velha "mama"...

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