terça-feira, 31 de julho de 2018


Desassombradamente...


Gosto de ver o programa GPS, da CNN, da responsabilidade do jornalista Fareed Zakaria, que a RTP Notícias costuma transmitir, umas vezes altas horas da noite, que não me permite ver; outras aos domingos ao fim da tarde. Neste programa, que conta sempre com personalidades de todos os quadrantes, políticos e geográficos, não há “papas na língua” para se dizer o que é importante ser dito e, no mais recente que vi, fiquei deliciado.

Posta a questão a uma jornalista americana do que pensava do comportamento recente do presidente com a chanceler alemã e com a chefe do governo inglês, diz a senhora: o que vimos sobressair aí em Trump foi o seu lado misógino; fiquei com pena que as senhoras não estivessem em posição que lhes permitisse partirem-lhe o nariz.

Perguntada sobre a diferente postura de Trump com os lideres democratas do mundo, em favor dos autocratas, respondeu: o que temos visto é que mostra grande admiração pelos chamados “homens fortes” – Putin, Duterte, Orban, Erdogan – mas ele mesmo não é um homem forte, não passa de um vulgar vigarista!

Perguntado a um antigo diplomata russo do tempo da URSS, que diferenças qualitativas observava na Rússia de hoje, no relacionamento com outros povos, respondeu assim: no antigo regime o slogan era “proletários de todo o mundo uní-vos”; agora substituíu-se “proletários” por “autocratas”.

Vi, ouvi e fiquei de “alma lavada”; mas também fiqui a pensar no que teria acontecido a uma jornalista russa que, numa televisão russa, tivesse dito de Putin o que aquela jornalista americana disse do seu presidente...


Amândio G- Martins



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