A "inabilidade" ou a má fé continuada de Cavaco Silva,
Presidente da República(PR) de uma larga faixa dos eleitores portugueses, e de
uma franja de elite acompanhada de uma pretensiosa camada de sonhadores que
nela quer entrar ou pertencer, veio toda à tona na noite mais noite em que
anunciou ao país e ao mundo da euro-especulação que nomeava o actual 1º
ministro para formar o próximo governo e assim mantê-lo 1º ministro por mais
outra legislatura. Nomeação "votada" ao fracasso, como todos sabem.
Cavaco Silva não surpreendeu. Apenas confirmou aquilo que todos suspeitavam
iria acontecer, já que ele veste o agoiro desde há muito, embora se lhe
apresentasse uma alternativa com menos fato e gravata, que ele hoje como ontem
demonstrou não ser adepto, e no seu jeito de boca seca provou que até lhe custa
ter de mastigar e engolir os resultados desta democracia. O ainda inquilino de
Belém e PR no Palácio do Povo, morada e cargo que ele deve à Revolução dos
Cravos, também anterior ex-1º ministro, e ainda mais ex-do-antigamente, tem
vindo ao longo do seu reinado a impor a sua retrógrada vontade ao povo que o
sustenta e a satisfazer políticas dos sectores revanchistas da sociedade
portuguesa e interesses externos, com medidas que denunciam a sua nostalgia. A
decisão agora tomada de nomear Passos Coelho contra o sentido da maioria dos
eleitores lusos, e as consequências que dela advirão no imediato e nos obscuros
dias seguintes, a ele, e só a ele deverão ser atribuídas e ele delas vir a ser
responsabilizado, com consequências, e não com discursos de "o que está
feito feito está, não há mais nada a fazer". O mal, é que esta prática
como se fosse boa regra de conduta, é que tem feito caminho no pobre e tomado
Portugal de Abril, e por isso estamos como não devíamos estar - reféns presos
nas calças remendadas!
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