quarta-feira, 21 de outubro de 2015

DEPUTADOS OU PALHAÇOS?



Eu pergunto, como fez há tempos o ex-líder do PS, António José Seguro, qual é a pressa de o agora proposto "governo de esquerda", tomar posse? Como é possível que o derrotado, e ainda líder do PS, António Costa (AC), tenha tido o desplante de afirmar que o PR deveria dar posse ao governo liderado pelo PS, sem sujeitar o País à "formalidade" de ser convidado o líder da coligação vencedora das eleições de 4 de Outubro? Mas se ainda nem existe acordo de governo, ou de incidência parlamentar, entre o PS, o PCP, o BE e o partido Os Verdes, como é que AC é capaz, como político que afirma ser desde os seus 14 anos de idade, de desprezar assim tanto a Assembleia da República agora eleita e que toma posse dentro de breves dias? Só se considera os deputados uns fantoches, que no que toca aos da sua bancada, não têm que individualmente apreciar os méritos ou deméritos da coligação e do seu futuro governo. Acha que serão umas meras correias de transmissão do partido? Mas isso seria considerá-los quase como incapazes, até apetece perguntar que falta fazem. Para que é que os elegemos? Não seria melhor a Assembleia ser dirigida a partir dos directórios dos partidos? Assim poupar-se-iam muitos milhões de euros ao erário público. Este líder derrotado, AC, de seu nome, não para de nos surpreender cada dia que passa, na sua ânsia de tomar o poder de assalto, ao arrepio de tudo o que o seu partido fez e marcou a democracia portuguesa nos últimos 40 anos. Mas infelizmente para o País, não só a nossa economia e situação perante os nossos credores vai piorar, como a democracia em geral e a credibilidade dos políticos, a começar pelos do PS, está num verdadeiro pântano (onde é que eu já ouvi isto?). 
OBS. Publicado parcialmente no semanário EXPRESSO na sua edição de 24/10/15.

5 comentários:

  1. Sr. Manuel Alentejano:
    Infelizmente tem toda a razão. Este Costa ainda não percebeu (nem irá perceber) que o PCP sabe mais a dormir do que ele bem acordado. A estratégia do PCP é simplesmente arrasar o PS, ambição com 40 anos de história. Se para alcançar este objectivo fizer voltar o país e o seu povo a 2011 é-lhe absolutamente indiferente porque para um bom marxista os fins justificam os meios. E assim vamos ter em Portugal muito brevemente uma segunda edição do que se passou na Grécia este ano. O exercício da democracia é acima de tudo o respeito pelo voto popular e não um exercício de aritmética. Mas estamos todos a aprender com aquilo que eles dizem que é "fazer politica"; bem diferente do que é servir o povo. Este cavalheiro que dá pelo nome de António Costa deu uma golpada para derrubar o seu camarada António José Seguro porque ele ganhou as europeias por pouco e era preciso ganhar por muito as legislativas. Pois perdeu por muito e não teve a dignidade de se demitir, pedir desculpa aos socialistas e ainda dá uma golpada em todos os eleitores. Bravo! Mas estamos todos a aprender e nas próximas eleições (em Maio de 2016) já vamos votar com a lição bem aprendida ... mas bem mais pobres.

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  2. Caro Afonso, obrigado pelo seu oportuno e inteligente comentário, no qual me louvo. Abraço

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  3. Hoje é para mim um dia triste. Nestes 40 anos, já pude conviver normalmente com diversas figuras do PS nos mais altos cargos do Estado. Mas o meu Colega Ferro Rodrigues, de quem me lembro e acompanho o seu percurso exclusivamente político, desde há mais de 40 anos, não tem o mínimo perfil para presidente da AR. Penso que não preciso de explicar porque penso assim. Mesmo sem entrar nas manobras políticas, desde que o PR indigitou Passos, Fernando Negrão era incomparavelmente melhor que Ferro para o cargo em questão. Aliás os cumprimentos de AC e FR ao candidato derrotado, foram visivelmente mais do que simples circunstância. E depois a primeira intervenção de Ferro, como Presidente da AR, mostrou que não tem nível nenhum para segunda figura do Estado. Um simples agitador, coerente com o que foi desde os bancos de Económicas.

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  4. Obrigado. Amigo Joaquim. Sempre atento. Abraço.

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