A juventude de hoje já não ouve os Doors. O grito de Jim Morrison contra a autoridade, contra a repressão, contra a castração já não se faz ouvir. A grande maioria dos jovens ou estão confundidos pelas novas tecnologias e pela ausência de valores ou estão deprimidos ou então adaptam-se ao sistema, ou seja, ao salve-se quem puder. Não se apercebem de que, como Morrison dizia, estão a espetar a cara na lama, estão a fazer o que os capitalistas lhes mandam fazer. As populações, e particularmente os jovens, são programados para obedecer, para se sacrificarem, não tiram gozo da vida. Além do mais, não exploram as riquezas da sua alma, da sua mente no sentido da criação e da construção. Daí que na escola muitos jovens não se interessem pelos estudos. Porque, de facto, o império da finança e dos mercados transformou esta vida numa vida desinteressante, vazia. E o grito de Morrison: "Queremos o mundo e queremo-lo agora!" torna-se cada vez mais urgente, vital. Porque o mundo e a vida são nossos, não deles. Porque ninguém nos pode expulsar da vida. Porque eles não têm o direito de destruir a vida. Porque nós nascemos livres e tudo deveria ser livre e gratuito. Porque eles não passam de uns palhaços endinheirados.
António Pedro Ribeiro
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