terça-feira, 13 de outubro de 2015

A Natureza no Douro


A Natureza no Douro
Entrou em hibernação.

O sumo dourado dos vinhedos,
Fermentado pelo homem,
Repousa nos armazéns,
Onde tonéis, cubas e pipas
O albergam e o amaciam.

Entretanto, os pomares
Ficaram despidos de maçãs
Por mãos ágeis que as colheram.

As vinhas com parras verdejantes
Vestiram cores diversas outonais,
Mas despidas ficarão
Aos primeiros vendavais.

Por fim ‘verde foi seu nascimento
E de luto se vestiu,
Para dar a luz ao mundo,
Mil tormentos padeceu’.
Se a azeitona por tais suplícios passou,
Foi para que seus fios de ouro
Alumiassem o Santíssimo
Em todos os altares do mundo.

E eu simples versejador
Ofereço ao meu Douro
Este meu pobre louvor.


José Amaral

1 comentário:

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