LENDA DO RIO
LETHES-LIMA
Quando as
tropas romanas se aproximavam daqui, já lá vão uns anitos, os habitantes de então
fizeram correr o boato de que quem se atrevesse a transpor aquele rio perdia
completamente a memória, não se lembrando mais de quem era nem onde estava,
coisa que aterrorizou de tal modo os soldados que eles se recusavam a fazer a
travessia!...
Só depois de
o general o ter feito, gritando da outra margem quem era e chamando cada
soldado pelo seu nome próprio, é que as tropas compreenderam que aquilo não
passava de um truque de defesa engendrado pelas populações.
Esta lenda
está hoje documentada em ambas as margens do Rio Lima, em Ponte de Lima, tendo
sido aproveitada para criar há pouco um novo prato da gastronomia limiana,
chamado “espetada do Brutus”, nome daquele general. Esta iguaria consiste em
carne de bovino grelhada sem condimentos…
Mas o prato
forte da gastronomia desta terra é mesmo o “sarrabulho”, este sim, bem
condimentado e todo à base de carne de porco. É servido todo o ano, mas é na época
mais fresca que ele é mais saboroso, já que, para o verão, é um bocado forte.
A este prato
dedicou o poeta António Manuel Couto Viana este poema:
Começa o
sarrabulho pelas papas./Em seguida, o arroz, o lombo e os rojões/ E tudo rapas/
pois não escapas a tantas tentações. / É o porco (com tua licença) a dar-te o
corpo que andou a engordar/P´ra encher o fumeiro, p´ra encher a despensa/A
salgadeira, o cofre do lar./ Mas se tens vontade de apreciar melhor esta obra
prima/ Vai comê-lo a casa de um abade/ Ou a Ponte de Lima. ///…///
COMENTÁRIOS
Os comentários
que aqui fazemos, directamente na “tela”, umas vezes sairão mais felizes que
outras. Todavia, no que me diz respeito, por mais contundente que pareça, ele
nunca se dirige ao carácter do autor do texto, mas à questão de fundo nele
tratada.
Questões de
religião, futebol, política ou o que seja, enquanto coisas do foro íntimo de
cada um, nunca estão em causa nos meus escritos. Mas a reacção gratuitamente
acintosa de um parceiro deste espaço, um dia destes, a uma simples laracha
minha, leva-me a concluir que, de onde menos se espera, pode chover uma “pedrada”…
Amândio G. Martins
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