sexta-feira, 23 de outubro de 2015

DIVERSOS

                                   LENDA DO RIO LETHES-LIMA
Quando as tropas romanas se aproximavam daqui, já lá vão uns anitos, os habitantes de então fizeram correr o boato de que quem se atrevesse a transpor aquele rio perdia completamente a memória, não se lembrando mais de quem era nem onde estava, coisa que aterrorizou de tal modo os soldados que eles se recusavam a fazer a travessia!...
Só depois de o general o ter feito, gritando da outra margem quem era e chamando cada soldado pelo seu nome próprio, é que as tropas compreenderam que aquilo não passava de um truque de defesa engendrado pelas populações.
Esta lenda está hoje documentada em ambas as margens do Rio Lima, em Ponte de Lima, tendo sido aproveitada para criar há pouco um novo prato da gastronomia limiana, chamado “espetada do Brutus”, nome daquele general. Esta iguaria consiste em carne de bovino grelhada sem condimentos…
Mas o prato forte da gastronomia desta terra é mesmo o “sarrabulho”, este sim, bem condimentado e todo à base de carne de porco. É servido todo o ano, mas é na época mais fresca que ele é mais saboroso, já que, para o verão, é um bocado forte.
A este prato dedicou o poeta António Manuel Couto Viana este poema:
Começa o sarrabulho pelas papas./Em seguida, o arroz, o lombo e os rojões/ E tudo rapas/ pois não escapas a tantas tentações. / É o porco (com tua licença) a dar-te o corpo que andou a engordar/P´ra encher o fumeiro, p´ra encher a despensa/A salgadeira, o cofre do lar./ Mas se tens vontade de apreciar melhor esta obra prima/ Vai comê-lo a casa de um abade/ Ou a Ponte de Lima.        ///…///
COMENTÁRIOS
Os comentários que aqui fazemos, directamente na “tela”, umas vezes sairão mais felizes que outras. Todavia, no que me diz respeito, por mais contundente que pareça, ele nunca se dirige ao carácter do autor do texto, mas à questão de fundo nele tratada.
Questões de religião, futebol, política ou o que seja, enquanto coisas do foro íntimo de cada um, nunca estão em causa nos meus escritos. Mas a reacção gratuitamente acintosa de um parceiro deste espaço, um dia destes, a uma simples laracha minha, leva-me a concluir que, de onde menos se espera, pode chover uma “pedrada”…

                                         Amândio G. Martins


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