Neste momento em que escrevo este artigo, aquele que promete ser o governo mais curto da nossa história democrática, está a tomar posse. É uma tomada amarga mas que foi cavada pela própria coligação ao querer de repente, face aos fracos resultados eleitorais, retomar o diálogo que em quatro anos nunca quis ter com as forças da oposição. Seguros num muro barrado por eles, a coligação sempre se manteve distante dos princípios democráticos da conversação , afastando qualquer hipótese, mínima que fosse, de um principio de acordo com o principal partido da oposição.
Agora, no tempo atual, quando vê o tapete governativo a fugir-lhe dos pés, vem qual menino que acabou de cometer uma asneira e mesmo sem razão lança birras em todas as direcções, modificar o seu discurso só para ter acesso ao "recreio".
A democracia não funciona á lá palisse: tem regras e as regras são para respeitar. Após ter indigitado um governo que se supõe, ter os dias contados, o Presidente da República, desvirtuou as mais elementares regras democráticas pois perante uma iminente formação consolidada de esquerda , e que aparentemente apresentou uma solução governativa de caráter estável e duradouro, preferiu ainda assim arriscar em dar posse a um primeiro ministro que sabe que terá em mãos uma tarefa dificl de concretização .
É certo que perante os resultados eleitorais, o mais natural foi o que veio a acontecer mas por vezes, convém ir para o lado contrário á da tão famigerada "tradição" ; e este item, é válido para todos os partidos . Independentemente da situação.
O que parece de repente interessar, é arranjar um governo, nem que seja á pressão : vamos ter um . Mais curto mas olha : é o que há . Até á previsível queda , este governo de coligação da direita vai andar por águas de bacalhau ; o mesmo é dizer, vai andar por aqui a fazer de conta que governa. A irresponsabilidade democrática do Presidente da República vai ser a principal causa da instabilidade gerada e esse ônus já ninguém lho tira. Cavaco Silva , sairá de cena deixando atrás de si, um rasto de políticas desastrosas e conflituantes, que fizeram regredir Portugal muitas décadas. Ou alguém já se esqueceu dos tempos do cavaquismo? O governo tomou posse mas escusava-se de dar ao trabalho: o seu reinado será o mais curto da história para bem dos nossos afamados pecados .
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