Em ‘As Flores de Lótus’, romance de cerca de 700 páginas, da
autoria de José Rodrigues dos Santos, fico surpreso (e não) com o diálogo entre
o senhor general (Gomes da Costa) e o senhor doutor (António Oliveira Salazar),
do qual dou a conhecer um pequeno excerto: "O problema do país, senhor general,
são os partidos", exclamou Salazar. "Ao contrário do que apregoam aos quatro
ventos, os partidos não existem para servir o povo, mas sim para servir as suas
clientelas. Fingindo servir a população, os partidos servem-se a si mesmos e
apenas deixam ao país umas migalhas do banquete que engorda as suas gentes. Essa
é a raiz do problema".
Nas quatro estórias, vertidas neste mais recente romance de
JRS – o seu 14º -, quero NÃO acreditar no que Salazar pensava, acerca dos
partidos. Todavia, no actual momento político que Portugal atravessa, está, pois, à
prova a alteração radical de tal salazarento pensamento.
Que ‘O Pavilhão Púrpura’, título do seu próximo romance,
continue a prodigiosa senda do seu autor, um dos mais premiados jornalistas
portugueses.
José Amaral
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