sexta-feira, 24 de março de 2017

Actos terroristas

Só quando andei na Guerra Colonial é que tomei conhecimento das ideias e actos terroristas, numa versão de guerra de guerrilha e na visão dita colonialista à época.
E eu, um militar de entre muitas dezenas de milhares de soldados que em África mantiveram a soberania portuguesa, fiquei com a minha versão terrorista, sem nunca deixar de defender com toda a lealdade a missão que me fora confiada.
Agora, que cada ser tem a sua pátria e estamos no século XXI, como é possível e pacificamente admissível um cidadão estar num país – que não o seu -, que o acolheu e integrou no seu seio, estar a conspirar e atentar de morte contra quem fraternamente o acolheu?

José Amaral


4 comentários:

  1. No meu entender a palavra "dita", atrás de colonialista, não é necessária pois... era colonialismo mesmo!
    E acrescento que não estive lá para "manter a soberania portuguesa ( que, aliás, não se manteve), embora tivesse sido leal para com os meus camaradas, para com toda agente civil a quem tive de prestar auxílio como médico que sou e para comigo mesmo. E "turra" só chamava mesmo, em jeito de humor negro, ao nojento peixe que, às vezes, nos davam para comer...

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  2. Recuo cinco décadas, precisamente Março de 1967 e lembro-me do Otelo, do Lourenço, do Crespo, do Pezarat, do Corvacho, do Tomé condecorado e ajudante de campo de Kaúlza, e outros da mesma igualha. Para não ferir susceptibilidades e omitindo aquilo que lhes chamo, a darem instrução militar e a pintarem a cara de (posso?) preto a metade do pelotão e a dizerem-nos: estes somos nós, os outros são os turras. E lá íamos nós treinar para defender aquilo que tínhamos herdado durante séculos. Pela minha parte, findo o serviço militar a que fui obrigado . . .peluda que se faz tarde. Aquela corja, profissionais que em plena ditadura optaram pela vida militar são os libertadores. E parafraseando o Filipão: e o colonialista sou eu?

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  3. Todos os intervenientes deste "triálogo" cumpriram a sua obrigação. Com convicções diferentes, parece-me mais ou menos evidente, mas não o posso deduzir com certeza daquilo que cada um escreveu com o seu próprio teclado.

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