quinta-feira, 23 de março de 2017

O DAESH E O ESTADO DEMOCRÁTICO



Com mais este cobarde ataque no Reino Unido (RU), à porta da maior instituição da velha democracia Britânica, o Daesh provou que nenhuma democracia o conseguirá vencer ou eliminar. É que a PM do RU logo esclareceu que as liberdades e garantias de todos os cidadãos, leia-se dos próprios terroristas, nunca poderão ser postas em causa. Ora, expliquem-lá como será algum dia possível vencer esta recorrente ameaça a cidadãos inocentes e desarmados, sem obviar algumas liberdades e direitos dos autores destes cobardes ataques? A própria vigilância em lugares públicos, na rua, tem sido posta em causa pelos defensores desses direitos. Se a intervenção das autoridades em conhecer, simplesmente conhecer, os autores de mensagens ou contactos de pessoas sob vigilância é dificultada pelos "direitos" desses alegados assassinos? Porque será que este terrorismo acontece com menos frequência na Rússia, por exemplo? Ou no Irão? Ou na Arábia Saudita? Ou se de facto aconteceu, na Rússia, não se tem (felizmente) repetido? Porque será que em todos os ataques ocorridos na Europa, os assassinos eram já referenciados pelas autoridades, incluindo este último no RU, e puderam mesmo assim prevaricar e matar inocentes indefesos? Simplesmente, porque as autoridades estão de mãos atadas pelos condicionalismos dos "direitos" de bandidos! Estamos em guerra contra o terrorismo internacional, todos os dirigentes dos países atacados o afirmam. Então porque não aplicarmos em guerra as mesmas armas do inimigo? Enquanto o não fizermos, estaremos sempre  a ser derrotados em vidas de inocentes, embora no plano moral possamos estar muito satisfeitos.

5 comentários:

  1. O que as pessoas de boa fé pretendem que acreditemos é que é possível fazer a quadratura do círculo. Já é altura dos responsáveis pela vida civilizada serem mais realistas.

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  2. Caro senhor Manuel,
    Não pense que embirro consigo, apenas discordo. Ora aí vai:
    1. Não penso que devemos utilizar as mesmas armas que os terroristas. Se o fizéssemos, estávamos a nivelar-nos com eles e a praticar o pior terrorismo de todos, o de Estado.
    2. Homens “apenas” armados de uma faca e de um carro sempre existirão e o Daesh sempre reclamará actos que nem sempre serão dele (será que este de Londres lhe pertence?). Até me admiro não ter reclamado os 85 mortos do ataque do tenebroso Breivik na Suécia.
    3. Não acredito que o remédio (existe?) contra o terrorismo seja o que o senhor preconiza. Mas isto é uma questão de crença que não se pode provar por impossibilidade de aplicação da cláusula “coeteris paribus”.
    4. A nossa discordância é muito simples: eu recuso sistemas autoritários e não democráticos e o senhor não (não leve a mal esta afirmação, trata-se apenas de uma constatação e, por isso, não é ofensiva; como vê estou na defensiva…).
    Envio-lhe os meus mais sinceros cumprimentos.

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  3. Meu Caro Senhor Rodrigues (no meu tempo, as pessoas sem confiança ainda, tratavam-se pelos apelidos; não sou brasileiro), eu não embirro nada consigo. Apenas divergimos politicamente. Com uma diferença. Eu já acreditei, de 1968 (início de idade adulta) a 1975 na democracia, e era de esquerda. Quando em 1975 vi a esquerda no poder, virei 180 graus, deixei de acreditar na esquerda, quando esta chega ao poder. Fica mais autoritária e repressiva das liberdades que uma vulgar ditadura. Dito isto, para apresentação, eu permito-me insistir na minha convicção (isto não é de facto ciência certa) que a democracia irá perder esta batalha. As armas são muito desiguais. Eles estão sempre à frente. Nós vamos atrás, com as ambulâncias e carros funerários, para recolher os inocentes mortos. Nos tempos da ETA e do IRA, havia um pouco mais de "decência", pois os alvos eram militares e políticos, os civis apenas vítimas colaterais. Agora estes bandalhos cobardes e assassinos, fazem com que as fardas é que são colaterais. Idosos crianças e mulheres civis, são os alvos principais. Querem provocar CHOQUE e PAVOR. E têm-no conseguido, à custa de pessoas como V. Exa., idealistas, de coração mole e bom, que acreditam na bondade intrínseca do homem. Diga que não acertei, s.f.f.

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    1. Caro Senhor Manuel Alentejano,
      Começo por lhe pedir desculpa pela deselegância do “senhor Manuel”. Mas creia que me pareceu ser ainda mais deselegante chamar-lhe “senhor Alentejano”. Deveria, possivelmente, ter recorrido ao seu verdadeiro apelido que, como é sabido, conheço. As minhas desculpas.
      Quanto ao resto, não posso concordar consigo. Não me considero em nada responsável, na ínfima quota-parte que me caberia, pelo êxito desses “bandalhos cobardes e assassinos” (nisto sim, estamos de acordo), não acredito na bondade intrínseca do homem (a profusão de ditadores e criminosos não mo permitiriam) e não penso ser mais bondoso do que a média dos homens. Penso como penso por abraçar os ideais da Revolução Francesa, aos quais acrescento a Justiça Social, tudo servido em caldo temperado com muita tolerância intelectual. Portanto, nada de ”modernices” ou coisas que arrepelem os cabelos dos cristãos (para não haver confusões, confesso que sou agnóstico, cito-os apenas para sugerir um enquadramento adequado à nossa circunstância de ocidentais).

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  4. Caro Senhor Rodrigues, entendi e compreendo a sua posição. Boa noite.

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