sexta-feira, 9 de outubro de 2015

COLIGAÇÃO DE ESQUERDA?


Há um aspecto, que muitos portugueses certamente reflectem, mas que não apareceu ainda na chamada "espuma dos dias". Tem-se falado muito na possibilidade de o PS, que perdeu as eleições, fazer uma eventual coligação com os partidos à sua esquerda, o que já aconteceu noutros países, com democracias mais antigas. Mas o que preocupará muitas mentes, designadamente a minha, nesta "democracia" ainda recente, é que os partidos com que o PS se poderá coligar ou fazer um acordo de governo, não têm uma tradição nas chamadas democracias representativas. Esses partidos, refiro-me ao PCP e BE, defendem que os trabalhadores, outrora designados nas sociedades mais industrializadas por proletariado, devem dirigir a sociedade, não através de processos eleitorais, próprios de democracias que apelidam de "burguesas", mas outrossim, através de uma ditadura. E a História é muito elucidativa de como essas "ditaduras proletárias" exercem o poder. Por isso eu penso, que muito mais importante do que nos preocuparmos com os programas públicos do PCP e do BE, relativamente à UE, ao tratado orçamental ou sequer à NATO, será a exigência de esses partidos quererem fazer parte de uma democracia representativa, e não de uma ditadura proletária. Nesta, o único processo vagamente eleitoral, costuma ser a escolha dos comités centrais dos partidos que estão no poder. Deus guarde as nossas liberdades de votar e falar livremente, que tão dificilmente foram conquistadas.

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