Há um aspecto, que muitos portugueses certamente
reflectem, mas que não apareceu ainda na chamada "espuma dos dias".
Tem-se falado muito na possibilidade de o PS, que perdeu as eleições, fazer uma
eventual coligação com os partidos à sua esquerda, o que já aconteceu noutros
países, com democracias mais antigas. Mas o que preocupará muitas mentes,
designadamente a minha, nesta "democracia" ainda recente, é que os
partidos com que o PS se poderá coligar ou fazer um acordo de governo, não têm
uma tradição nas chamadas democracias representativas. Esses partidos,
refiro-me ao PCP e BE, defendem que os trabalhadores, outrora designados nas
sociedades mais industrializadas por proletariado, devem dirigir a sociedade,
não através de processos eleitorais, próprios de democracias que apelidam de
"burguesas", mas outrossim, através de uma ditadura. E a História é
muito elucidativa de como essas "ditaduras proletárias" exercem o
poder. Por isso eu penso, que muito mais importante do que nos preocuparmos com
os programas públicos do PCP e do BE, relativamente à UE, ao tratado orçamental
ou sequer à NATO, será a exigência de esses partidos quererem fazer parte
de uma democracia representativa, e não de uma ditadura proletária. Nesta, o
único processo vagamente eleitoral, costuma ser a escolha dos comités
centrais dos partidos que estão no poder. Deus guarde as nossas liberdades
de votar e falar livremente, que tão dificilmente foram conquistadas.
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