segunda-feira, 13 de março de 2017

SÃO JORGE



Fui à estreia do filme de Marco Martins, São Jorge. Trata-se, pura e simplesmente, de uma obra- prima do cinema. Não foi por acaso que Nuno Lopes foi distinguido no reputado Festival de Veneza, como o melhor actor. Interpreta o papel de um duro. Um homem que para ficar com a mulher que ama e o filho, exerce a violência ao ponto de causar uma morte. Na realidade, Nuno Lopes, é de uma simpatia contagiante. O filme retrata, com um realismo impressionante, um dos aspectos menos conhecidos dos efeitos da política criminosa que a tróica nos impôs e Passos Coelho docilmente executou.
Estiveram presentes Marco Martins e Nuno Lopes, que no fim dialogaram com os espectadores que quase enchiam a maior sala do Cinema Saldanha (cinema que tem a grande vantagem de não sermos submetidos ao ruminar das pipocas como nas salas dos grandes empórios comerciais). Para além de outras, o realizador ( tal como Nuno Lopes, um jovem) disse uma coisa curiosa e interessante: talvez pelo facto do governo da direita se ter comportado como bom aluno, e ao contrário do que acontece com a Grécia, onde os efeitos devastadores da crise capitalista são conhecidos, no estrangeiro, onde o filme já foi exibido, perguntavam-lhe se aquilo era ficção ou mesmo realidade…
portanto, trata-se de um excelente filme português, produzido por artistas portugueses, que só nos pode orgulhar a todos.
Francisco Ramalho

Corroios, 13 de Março de 2017

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