quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

O discurso do polaco: porque sim!

Mateusz Morawiecki, primeiro-ministro da Polónia escreveu um artigo de opinião - " O nosso "não" ao mecanismo do Estado de direito é um "sim" à Europa unida e solidária" - no PÚBLICO de ontem (8/12), que é um hino ao cinismo pretensamente justificativo. Fazendo apelo a  diferenças culturais, tenta transformar o seu " iliberalismo" numa característica nacional, "esquecendo-se" que está na União Europeia e que nesta a independência judicicial e a liberdade de imprensa, além de outras "minudências" ( diz ele...) não são receitas culinárias típicas da Polónia mas sim conceitos estruturais que TÊM que atravessar todos os 27 países e, mais, toda a civilização ocidental e não só. Ou, talvez algo mal comparado, a Polónia ( e a Hungria ) também pensará  que a excisão do clitóris ou a lapidação das adúlteras também devem ser costumes que "devem ser deixados em paz" civilizacionalmente, com um " isso é lá com eles"? É que, para além do facto  da organização dos Estados exijir que todos eles tenham que ser de Direito.... a Polónia é um dos 27! O "porque sim" do polaco ainda prima pelo cinismo que comporta o dizer  que ele é que faz a "unidade e a solidariedade"! Este senhor de nome quase impronunciável e o seu homónimo húngaro são mesmo cancros na UE e não podem bloquear uma Europa que até está num momento alto daquilo que os europeus desejam e querem ( e são três em cada quatro).

Fernando Cardoso Rodrigues

1 comentário:

  1. É como dizia há dias Manuel Alegre: "As democracias estão a ser minadas por dentro"...

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