sábado, 18 de março de 2017

A REDESCOBERTA DO AMOR

Trago caladas no peito
palavras que não conheço,
afetos sem nome , mas doces
como amoras maduras
prontas a colher.

Nesta imensidão de mim,
escondidas na lava da vida
tenho-as guardadas,
qual tesouro,
à espera do desabrochar.

Navego por um mar que só eu vejo.

Hipnótico e sedutor 
conduz-me a ti
e eu vou sem medo,
qual criança numa loja de algodão doce.

Neste bailado de ondas e marés
firme, seguras o meu corpo,
e dele nascem claras e cristalinas
estas palavras.

Soltam-se da garganta
numa língua que desconheço,
mas isso que importa
se os meus olhos falam,
com a transparência de diamantes ao luar.


Dancemos então…
embebidos no néctar deste tango
agora inventado,
até que o amor aconteça
hoje,
amanhã,
outro dia,
aqui,
ou em qualquer anel,
de um qualquer saturno distante.


©Graça Costa
imagem da web


11 comentários:

  1. Respostas
    1. que bom...obrigada por "me ler" - fico muito grata .
      Bom fim de semana

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  2. Poesia, talvez demasiado intimista, que marca o espaço, o tempo e a personagem, isto numa primeira análise, possivelmente não suficientemente aprofundada. Tem muito de sentimental e, por isso, está também muito personalizada e datada. É um bom poema, na linha de mensagem da Florbela, ainda que esta se exprima por sonetos. É bom encontrar estas formas de expressão literária, porque é mais artística e por isso, mais bela.

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    1. poesia demasiado intimista - ora aqui está algo que nunca me teria passado pela cabeça. Vai-me dar que pensar ... e se assim for, tenho que ponderar deixar de escrever, ou pelo menos de partilhar.
      Grata pela sua opinião.

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    2. Cara Amiga e poetisa - Uma opinião, uma análise, não é uma sentença depreciativa, pelo contrário, até pode ser valorativa, como é o caso. Além de que não sou a última palavra na "crítica" literária. Aliás, eu coloquei a sua expressão poética ao nível da inconfundível Florbela Espanca. Deixar de escrever, porquê? Se me expressei de forma menos aceitável, o que julgo não ser o caso, nem é de minha condição, quero que me desculpe. Aliás, a arte é para ser partilhada, porque só assim se justifica.

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    3. de todo...percebi perfeitamente e usei de uma ironia subtil, apenas por diversão. Claro que a minha poesia é intimista...tem que ser porque vem de dentro - eu não faço versos, não me preocupo com rimas...escrevo o que a caneta, obedecendo à cabeça, dita... estava a brincar e estou certa que entendeu... Obrigada por ler .

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  3. Longe de mim fazer critica literária, Não tenho habilitações para isso, como tem o amigo Joaquim. Mas, também eu lhe peço, Graça, não deixe de partilhar. Adoro os seus poemas!

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    1. A poesia é para se sentir...ou não;não para avaliar. Como a pintura, se provoca emoções , já vale a pena ser lida. Obrigada por "me ler" amigo.

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  4. Graça, nem pense em deixar de "poemar" aqui!! Vou dizer ao Joaquim, de modo brincalhão, aquilo que Pedro Barroso nos (en)canta: Se houver alguém que não goste, não gaste, deixe ficar, eu por mim quero-lhe (á poesia da Graça) tanto que não vai haver menina (poesia) pr'a sobrar!... Volte Graça!

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    1. Naturalmente que a culpa é minha, por não encontrar as palavras mais "finas" para analisar os belos poemas da Graça, que gosto imenso e não me parece que em qualquer situação tenha exprimido o contrário. Dos poemas, dos quais procuro aprofundar as mensagens neles expressas, nada disse donde se possa inferir de que não gosto, antes pelo contrário. Se não fui percebido, a culpa é minha, porque não soube fazer-me entender. Um abraço fraterno para toda a equipa, e que a Graça, excelsa poetisa, continue a favorecer-nos com a sua obra poética.

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    2. Meus queridos amigos, pelos vistos a minha "fleuma britânica" causou estragos. Fico feliz pelos vossos comentários e como já disse anteriormente , intimista ou não, se provoca emoções ja vale a pena . Beijinho e obrigada por lerem as minhas palavras.

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