sexta-feira, 17 de março de 2017

Depois queixem-se

Nos EUA fazem-se contra manifestações para impedir as favoráveis a Trump. Em França, invadem-se recintos para impedirem comícios de Le Pen. Por cá, o reitor da Universidade Nova de Lisboa, por deliberação da sua associação de estudantes, cancela uma conferência há muito agendada. Ainda por cá, a democracia é bastante maltratada graças aos nossos pseudo democratas, convencidos que são criativos, passam a vida a trocar o nome do presidente dos EUA por aquilo que têm a mais na cabeça e na ponta da língua, lançando o papão que o fascismo está próximo. Mas então o que é isto tudo a que estamos a assistir? Depois, quando já não houver remédio, queixem-se. 

Publicada na Revista SÁBADO de 16.03.2017    e  JN de 24.03.2017



                                                                                                Ilustração do leitor Paulo





3 comentários:

  1. Bom Jorge, cá vamos nós a mais uma polémica, não é? Como sabe. sou daqueles que acho que não é impedindo alguém de falar que se é democrata. Até escrevi, num comentário a um texto do Vítor Colaço Santos, que "era proibido proibir" ( exagero para marcar posição), mas discordo de si quando todo o seu texto é escrito no sentido de todas essa manifestações contra, serem de quem quer agitar a "vinda do fascismo" como um "papão" (sic). Papão? Se bem me recordo essa figura era um mito que contavam às crianças, para as assustar, em tempos idos. Ou seja: uma figura que nâo existia! Ora não me parece que o que vemos no mundo seja uma invenção para assustar mas sim uma possibilidade ( há outras , claro) bem real. E, não concordando com proibições potencialmente totalitárias, não me esqueço da "política de apaziguamento" de Neville Chamberlain e do colaboracionismo do Marechal Pétain, que deram no que deram!Isto para não falar das "vestes de cordeiro" que Hitler usou para ser eleito e depois... bom, todos sabemos no que deu, não é? Tenha uma boa noite!

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    1. Após a leitura do seu comentário, que agradeço pois dá-me a possibilidade de justificar o tema da sua discórdia. Para isso tenho que abrir um parêntesis para deixar bem claro que admiro muito os seus textos bem como os comentários. No entanto, como não tenho a sua cultura (e a de muitos outros companheiras/os deste blogue), confesso que a maior parte das individualidades que menciona, nunca ouvi falar deles (hoje vá lá, conheço estes três e até lancei foguetes pelo pleno alcançado!) e portanto a minha escrita é mais para gente do meu nível, que por estranho que lhe possa parecer, e a julgar pelos e-mails recebidos, entenderam, e modéstia à parte, até me deram os parabéns e incentivam-me para manter a minha imparcialidade. Claro que “papão” era o mito para assustar as crianças mas na minha carta quero referir-me àqueles para quem ser da direita (eu não sou – nasci direito, graças a Deus já dizia a vizinha lá do bairro, a Miquinhas parteira) é ser fascista e andam por esse mundo fora a fazer aquilo que o Fernando comentou com um "era proibido proibir" que eu assino por baixo. E o que me mete impressão, são esses “democratas” que se esquecem que, para dar apenas um exemplo, a Nicolás Maduro até lhe aparece o passarão Chavez em forma de passarinho com mensagens para o povo ira votar nele, ou parafraseando o Fernando “usou para ser eleito e depois... bom, todos sabemos no que deu, não é?" E termino com votos que não lhe tenha causado alguma polémica. Bom domingo.

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    2. Caro Jorge, deixe-me começar pelo fim e não o vou aborrecer. Já terá percebido que, politicamente sou um social-democrata "puro e duro" (não era necessária esta redundância mas é mais marcante). E portanto quanto a ditadores, Maduro e Pinochet são irmãos gêmeos. Infelizmente há outros e estão "metidos dentro da Europa" como o húngaro Victor Orban e... vão minando. Quanto a culturas o que lhe posso dizer é que a que tenho é a que tenho e vale tanto como a dos outros. Agora, o que, qualquer que ela seja, não nos desculpa no momento de darmos opiniões pois se as damos é porque queremos emiti-las. E isto é desde logo e primeiramente válido para as minhas. Bom domingo!

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