terça-feira, 18 de agosto de 2015

A Hipocrisia e a Trampa

O magnata e candidato norte-americano às presidenciais pelo Partido Republicano no país do Donald, tem vindo a ser fustigado com críticas à sua forma de chamar os bois pelos nomes. Desde xenófabo, racista, provocador machista, "etecetrista", tudo serve para o atacar por ele dizer aquilo que muitos pensam mas omitem por falta de coragem. Vivemos no Globo uma crise incomum, e os EE.UU não passam ao lado dela e ali com uma expressão que em qualquer momento pode atingir proporções descontroladas. Não falemos da sua Dívida de triliões de dólares, que é coisa que pouco os incomoda. Se eles não tiverem dinheiro logo o fazem e põem o mundo que dele depende, a rolar. Falemos então dos seus discursos contra os "ilegais" que para lá se dirigem e ali assentam arraial, numa clandestinidade a que ele, Trump, quer limpar ou dar-lhe solução que proteja os seus concidadãos. E pergunta aos americanos se eles têm e querem um país ou não, mais pacífico e menos criminoso. Na Europa ninguém tem essa coragem de nos ouvir, se temos ou não condições para deixar-nos invadir pelos exércitos de refugiados que todos os dias se fazem ao mar que nos liga a todos e é cemitério para muitos. Aqui neste continente, Portugal incluído, temos uma data de demagogos, de Instituições, Associações, Organismos Sociais de Bem-Fazer, mobilização rápida de psicólogos, de medicólogos, cozinhólogos, construtólogos de tendas de acolhimento com colchão e manta, animadores da degradação do quotidiano, cantina variada e vitaminada, agentes para a integração destes boat people burlados, enquanto que para os seus(nós) nacionais não há uma eficácia e prontidão semelhante. Aqui um nacional com a pele da cor dos reis que ergueram esta nação, quando precisam de auxílio, ajuda séria e pronta, tratamento com emprego e saúde, têm de recorrer aos jornais a expor os seus males, a miséria em que vivem, o abandono que sofrem, o tempo de espera por um casebre que os albergue com o mínimo de condições, e que se disponham após tanta humilhação, a serem objecto de publicidade dos poderes da caridadezinha que deles se servem para se justificarem nos lugares que ocupam dentro de tais Organizações, no acto da foto conjunta ao receberem o rebuçado. A hipocrisia destes Agentes, que só aparecem depois de enorme alarme na sociedade e nas multi-redes de comunicação, vem toda ao de cima misturada com a tr(u)ampa que os denuncia como hipócritas. A nós nacionais para que nos dêm qualquer côdea sobre os descontos feitos e impostos pagos, exigem-nos uma bateria de exigências que nos fazem desistir logo ao primeiro round e tanto inquérito, e todos os ólogos que nos colocam nas listas de referenciados, assinalados desestruturados, carenciados, etecetrados, assobiam para o ar e dizem desconhecer a situação que traz na desgraça homens e mulheres portugueses, velhos que se arrastam e novos que se seringam, raparigas que se deitam à vida que as há de consumir, e a que tudo repetidamente chamam, de casos pontuais. A abertura da Europa a políticas falsas de solidariedade avulsa, não é solução mas de agravamento social para nacionais-filhos- naturais, e não é modo de viabilizar o bem estar a (i)migrantes que procuram aqui o pão, o ouro ou o petróleo, que não há para ninguém a não ser fazer recrudescer um sentimento idêntico ao revelado por Donald Trump, que não sendo chinês sabe que o remédio para tais males está em fornecer a cana ao faminto para ele pescar o alimento no rio da sua terra, obrigando-os a construir e a cozinhar na paz da sua pátria. Ferramentas para realidades que tornam os povos mais felizes.

2 comentários:

  1. De António Gedeão: Minha aldeia é todo o mundo, todo mundo me pertence; aqui me encontro e confundo, com gente de todo mundo que a todo o mundo pertence

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  2. Parabéns pelo texto e pela citação desse grande poeta e cidadão do mundo que foi António Gedeão. Um abraço.

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