Com este título, um escritoleitor de jornais verteu que,
tudo de mau que está a acontecer com o êxodo de migrantes de terras inóspitas,
se deve exclusivamente aos europeus e, de uma assentada, os portugueses – seus
antecessores – não saíram incólumes.
E disse que ‘há quem diga que Portugal deu novos mundos ao
Mundo’. Todavia, na sua maneira de ver os acontecimentos de outras eras, outros
tempos, foi apenas ‘gamar facilmente’ e ‘os escravos que trabalhassem’.
Portanto, ‘a Europa sofisticada tem memória curta e é mal
agradecida’.
Certamente, na sua aligeirada opinião, também o Holocausto
nunca terá existido, ou terá sido culpa lusíada o ocorrido.
Por outro lado, parece-me que tudo se deve ao desregramento
social global que atingiu o ponto crítico do mundo de hoje, que está numa
mudança vertiginosamente acelerada.
Todos falam e agem desatempadamente, enquanto o ser humano
precisa todos os dias de pão para viver.
Todavia, hoje em dia, ninguém deve viver ‘à sombra da bananeira’,
pois já foi ‘chão que deu uvas’, e a ‘árvore das patacas’, acessível a todos,
desapareceu definitivamente.
O marasmo tolhe-nos a visão, na construção de algo melhor,
para as nossas vidas e dos nossos descendentes.
José Amaral
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