Duzentos e sete. E sete, note-se. Ou seja, não prevê duzentos e seis,
não prevê duzentos e oito. São duzentos E SETE. É assim, foi estudado, é
científico, é matemático, é exato. O PS fez as contas e um efeito das
suas políticas vai ser a criação de duzentos, e sete, mil postos de
trabalho.
Ora note-se que as suas próprias estimativas tiveram algumas variações
entre a projeção inicial e a atual; a previsão de défice subiu quatro
décimas a do desemprego subiu duas, devido a alterações das medidas
propostas. O que está muito bem, alterações nas medidas causam
alterações nas previsões, nada de mal nisso. Agora digam-me lá, se as
propostas, e seu efeitos, do PS mudam no espaço de meses, como é que o
PS pode assumir conhecimento completo das medidas para quatro anos anos,
na Espanha, na Alemanha, e na União Europeia em geral, e na China,
na Rússia, no Brasil, nos Estados Unidos, em Angola, mundo fora?
Portugal é um sistema aberto ao exterior, no entanto não vão existir
quaisquer variações no mundo em quatro anos? Alguém acredita nisso?
Então, como é que vêm falar em duzentos E SETE? Se me dessem um
intervalo largo, algo como entre cento e sessenta e duzentos e vinte
mil, poderia ser credível, assim não é.
(Público, 2015-08-22)
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