sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Duzentos E SETE

Duzentos e sete. E sete, note-se. Ou seja, não prevê duzentos e seis, não prevê duzentos e oito. São duzentos E SETE. É assim, foi estudado, é científico, é matemático, é exato. O PS fez as contas e um efeito das suas políticas vai ser a criação de duzentos, e sete, mil postos de trabalho.

Ora note-se que as suas próprias estimativas tiveram algumas variações entre a projeção inicial e a atual; a previsão de défice subiu quatro décimas a do desemprego subiu duas, devido a alterações das medidas propostas. O que está muito bem, alterações nas medidas causam alterações nas previsões, nada de mal nisso. Agora digam-me lá, se as propostas, e seu efeitos, do PS mudam no espaço de meses, como é que o PS pode assumir conhecimento completo das medidas para quatro anos anos, na Espanha, na Alemanha, e na União Europeia em geral, e na China, na Rússia, no Brasil, nos Estados Unidos, em Angola, mundo fora?

Portugal é um sistema aberto ao exterior, no entanto não vão existir quaisquer variações no mundo em quatro anos? Alguém acredita nisso? Então, como é que vêm falar em duzentos E SETE? Se me dessem um intervalo largo, algo como entre cento e sessenta e duzentos e vinte mil, poderia ser credível, assim não é.

(Público, 2015-08-22)

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