Todos os dias somos mimoseados com verdadeiros insultos de
quem o não deveria fazer. Mas, enfim, somos quem somos e a mais não somos
obrigados a ripostar.
Eis, pois, alguns desses indevidos epítetos: que temos
vivido acima das nossas possibilidades; que somos pouco produtivos; que
deveríamos produzir mais; que devemos sair definitivamente da zona de conforto.
Enfim, temos de trabalhar de graça e, em troca, viver somente a pão e água.
E, agora que os partidos estão em desenfreada campanha, com as facções que sempre estiveram nos governos em alternância e em mais evidência,
continuando a prometer o que jamais será cumprido, vemos que os mesmos
políticos que diariamente nos fustigam por sermos esbanjadores – dizem eles –,
são afinal os maiores devedores, totalizando um saldo negativo de mais de 35
milhões de euros.
Afinal, quem assim negativamente governa a sua casa,
gastando o que tem e o que não tem, como pode governar em honestidade um país?
O resultado de todas as falaciosas artimanhas de quem nos
desgoverna é o caminho sempre eminente de bancarrota pendendo sobre todos nós,
enquanto tais verdugos se julgam mais poupados que o povo, que eles bem
exploram sem dó nem piedade.
José Amaral
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